Guerra nas estrelas

31 mar • NotasNenhum comentário em Guerra nas estrelas

O falecido professor Joaquim Felizardo dizia que nesta terra não se morria de tédio. Digamos que a pandemia já seja um fato “normal”. Depois de um ano, qualquer fato anormal deixa de sê-lo. Também já é normal que o presidente Jair Bolsonaro enfrente crises de governo. Então o que estão chamando de crise militar se enquadra como?

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Jogos de guerra

Os militares estão inquietos há mais tempo com o Capitão e suas falas e atos. A perda de oportunidade de comprar vacinas no ano passado ficou no ar como dor de cabeça que nunca sai. E a culpa da cefaleia foi creditada a Bolsonaro e sua teimosia em desdenhá-la. Pelo menos um general com todas as estrelas possíveis dizia em roda de amigos gaúchos que o chefe comeu mosca, em outras palavras.

Delírio civil

Cansados de ser fiador de um governo que tropeçou nas próprias pernas, resolveram atravessar o Rio Rubicão e deixar o Capitão sozinho na outra margem. É um delírio achar que os milicos querem botar os tanques na rua novamente. Sem essa. Mesmo que parte da mídia impressa acolha opinião de leitores que querem que os quartéis chutem o balde. Só quem quer militares na rua são civís.

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História triste

Outra circunstância normal é a fragilidade da democracia brasileira ao longo do tempo. Começamos mal com o golpe militar que destronou o imperador Dom Pedro II. Dali para a frente foi uma sucessão de tricas e frutricas constitucionais.

Palmas para o doutor

Mesmo alguns dos mais ferrenhos críticos de 1964 pisam na jaca ao chamar de herói a ser reverenciado um presidente que instalou uma ditadura, a do Estado Novo, com uma Constituição alienígena chamada de Polaca. Palmas para o doutor. Aí podia…

Os Irmãos Marx

Como os Irmãos Castro, que foram donos de uma ilha por mais de meio século e são chamados de revolucionários até hoje, também temos heróis ditadores. Tudo é uma questão de física quântica, depende do observador.

Tão mal assim?

Não. O número de casos, internações e óbitos no Rio Grande do Sul vem caindo.

Poeminha da cidade

A Prefeitura mandou abrir
A Justiça mandou fechar
O povo que estava a sorrir
Logo, logo se pôs a chorar

É muito cruel o destino da multidão
No meio da refrega sempre a apanhar
Assiste perplexa e triste à confusão
O grande faroeste de cegos a tirotear

Não bastasse a dolorosa pandemia
Do horizonte surgiu grande borrasca
Se alguém discordar da dura maioria
Já surge o fundamentalismo guasca

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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