A intervenção draconiana do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, nos diretórios estadual e municipal de Porto Alegre obedece à lógica de que no Brasil vigora o sistema de capitanias hereditárias. Ao suspender deputados da sigla, Jefferson mostrou que o partido é dele. Manda quem pode…

…obedece quem precisa

Vale só a primeira parte  no caso. Os parlamentares e o vice-governador Ranolfo Vieira Junior devem sair em bloco do partido. O último a sair paga o IPTU da sede. Ainda estamos no Brasil Colônia. E vêm eles falando em reforma política sem mexer nessas estruturas feudais. Pior, quem fará essa reforma de mentirinha serão os próprios caciques partidários.

O mundo de Mateus

A pandemia iniciou com atos e gestos pretensamente épicos dos Legislativos, é hora de legislar junto blá blá blá. Verdade que nem tudo é joio nesse trigal. Há gente bem intencionada que gostaria de ver o outro mundo possível, mas as estruturas partidárias são rocha sólida. Mateus, primeiro os meus.

Quando se trata de poder e dinheiro, é como pedir que cachorro largue o osso.

As cascas da árvore brasileira

 Certa vez, imaginei que o Brasil obedece à Teoria dos Fractais, como um conjunto de cascas díspares que formam uma árvore harmônica. Eppur si muove, no entanto se move, pegando emprestado para outros fins a frase de Galileu. No fim, tudo se resolve, e se não se resolveu é porque não chegou ao fim.

Esculhambação controlada

Existem outros países como o nosso, obviamente católicos, apostólicos romanos, que funcionam com implosões e explosões controladas pelo próprio DNA. Como a música da Gabriela Cravo e Canela, eles são assim. Quando dá muito errado, a culpa sempre é dos outros.

Um país ao contrário

 E assim lá nave va, seu Frederico Fellini, no seu inesquecível filme Amarcord, compressão de “eu me recordo”. A Itália é fenomenal. Era o único país do  mundo em que a bolsa subia quando o Gabinete caía, não é uma  maravilha?

Nos anos 1960 e 1970, a Itália tinha o maior Partido Comunista fora da União Soviética. E, mesmo assim, nunca correu perigo de fato de se transformar em um país satélite da URSS. O DNA não deixava. O PCI tinha mais discordâncias que concordâncias. Dito tudo isso, eu queria que o Brasil fosse a Itália.

Tempo, onde andas?