Não vale quanto pesa
Na década de 1970, o vereador porto-alegrense Nereu D’ Ávila fazia longos discursos reclamando das balanças viciadas dos estabelecimentos que vendiam produtos a granel. Maior parte usava as antigas balanças com dois pratos, colocando a compra em um e botando pesos no outro, até o equilíbrio.
Além da rapidez da pesagem, que impedia o freguês de ver o equilíbrio dos pratos, usavam o dedo salvador em um dos dois pratos. Salvador do comerciante, bem entendido. Como o consumidor brasileiro sempre foi ovelhinha de presépio, poucos reclamavam.
Um dia, Nereu foi à forra. O prefeito o nomeou Secretário de Indústria e Comércio, a SMIC. Um dos primeiros atos que fez foi colocar balanças de precisão no portão Central do Mercado Público, para que os consumidores pesassem as compras. Um bocado de gente voltava às bancas para reclamar. Hoje, as balanças são eletrônicas, então não dá para fraudar.
Ou não.
Imagem: Freepik
« Os olhos que tanto nos faltam TRF4 cria Núcleo de Justiça 4.0 para processamento virtual de demandas da saúde na região de Santa Maria »