Notícias do Reino

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Ouvi, cidadãos da Terra Brasilis, as novas deste humilde servo a serviço de um país que ainda não é país e deve levar algum tempo até chegar a ser um. As estradas estão muito esburacadas e há bandoleiros à espreita.

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Alguns são fora da lei, outro agem dentro da lei, como os legisladores que o povo ungiu. Às vezes, gente da pesada, que usa couraças e armaduras melhores que as dos homens da lei. Todos reclamam de todos e ninguém se acerta. Como aconteceu no tempo da Bíblia, é uma Torre de Babel.

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Ouça, cidadão, o relato deste que é encarregado de dizer a verdade sobre vossos soberanos. Na antiga Torre de Babel, os homens deram para erguer edifícios cada vez mais altos, como acontecerá daqui a 600 ou  700 anos. Falavam diversas línguas, mas não conseguiam se entender.

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Como acontecerá no futuro, a raiva assumiu, a cordialidade sumiu e reina a cizânia. Os impressos  que me substituirão, contarão a história como ela não será.

O sonho do arauto

Cidadãos do Reino, eu tive um sonho. Nele aparece um profeta vestido de monge dizendo que chegará o tempo em que vaca não reconhecerá bezerro, que nem mesmo pessoas de uma uma mesma aldeia se entenderão. Ele falou alto e claro, virá a segunda edição revista e ampliada da Torre de Babel relatada pela Bíblia. Cairia de costas se já não estivesse. E veio o mais estranho. No futuro, falou ele, em latim, teremos antibióticos, cachorro-quente. Não sei o que seriam. 

Por isso, eu como arauto no ano Domini de 1256, vos digo que viveremos outra Idade Média com bandoleiros, gatunos, assassinos de estrada. Uma das diferenças é que assaltantes de estrada já estarão presos e com auxílio de um igualmente estranho aparelho transmitem suas ordens a comparsas mesmo já estando nos calabouços.

Não sei como inventarão essas coisas mágicas, mas sei de antemão que pagaremos caro para falar. Por enquanto, eu dou as novas de graça. Até a trombeta recebi de grátis do meu soberano. Tudo mudará, berrou o profeta no meu ouvido, antes de desaparecer.

O sonho do monge

Um monge medieval encontra seu padre confessor. É permitido falar apenas algum tempo com o confessor, o resto do tempo será apenas de orações e penitência.      

– Meu irmão, que a paz do Senhor se derrame sobre nós. Salve Jesus Maria José.

– Amém. O que quereis deste humilde servo de Deus?   

– Tive um sonho terrível, tão… como direi, tão angustiante que a vós me dirijo em busca de paz.   

– Quais são seus pecados?     

– Nn…não…eu me confessei ontem.     

– Então não deu tempo. Ao assunto -, falou o azedo padre, pensando em ouvir coisas de sexo.   

–  Ouvi palavras estranhas no pesadelo vindos da boca de um arauto. O senhor já ouviu falar em cachorro quente, pitza? Nem sabia que se aquecia cachorro. 

O padre pulou.   

– Vade retro, Satanás! Só podem ser coisas do demônio. Para que serviriam essas coisas no teu sonho?   

– O fantasma me falou que era comida.   

– Reze quatrocentos padres nossos, 500 Ave-Marias e pingue chumbo derretido nesses ouvidos do mal. 

O monge fugiu do mosteiro. Podia ser louco, mas pra burro não servia.

A caprichosa Paula

Paula gostaria ler romances. Paula não tem casa e vive na rua com o marido Bruno, na av. Independência junto ao prédio 662. Perto da Panvel na esquina com Garibaldi.

Paula está grávida. Paula precisa de coisas de nenê. Paula é caprichosa no seu pedaço, observem. 

Um dos dois está sempre lá.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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