Musk é fake news!
Salvai-me dos crentes em óvnis, meu Jesuscristinho! As luzes que passageiros e pilotos avistaram nos céus são apenas luzes da sequência de satélites SpaceX do bilionário sul-africano Elon Musk, agora biliardário porque comprou o Twitter, essa plataforma que o ministro Alexandre de Moraes gosta de conferir.
Esses satélites, manos e manas, são para melhorar as comunicações na terra. A ideia de mister Musk é usar o sistema (pago) para financiar a primeira viagem do homem a Marte. Não duvidem, ele é tinhoso, vai chegar lá antes da NASA e dos chineses.
A questão é que as pessoas gostam de acreditar em fantasias e insistem que são óvnis. Nenhuma explicação racional entra nas cabecinhas dos amantes de ETs e seus carrinhos espaciais.
Dá para dizer que, do ponto de vista do Universo, óvnis são uma espécie de drones avançadinhos. As cores predominantes são verde e vermelho, logo são marcianos, porque os habitantes de lá são verdinhos e Marte é conhecido como o planeta vermelho.
Cavalos voadores
O jornalista Justino Martins, editor da outrora famosa revista Manchete, dizia que o sonho de todo gaúcho era ser cavalo ou avião da Varig, na época em que a empresa gaúcha estava no auge. Tinha toda razão.
Melhor: nenhum gaúcho protestou. Dizem que alguns até relincharam de contentamento. Aliás, nos anos 1950, um gaúcho de a cavalo como se diz na Fronteira Oeste, laçou um teco-teco, e o bicho só não veio abaixo porque conseguiu planar até achar um pedaço de potreiro para pousar com segurança com seu motor travado pelo laço. A foto correu mundo.
Luzes de satélites são óvnis e estamos conversados. Se você insistir que são satélites, poderá ter sua conta no Twitter bloqueada.
A volta por baixo
Vocês eu não sei, mas de agora em diante vou dizer que acredito na Terra plana. Ela não é redonda coisa nenhuma. A parte que de repente termina e dá a volta fica a uns 10 Km da praia de Cidreira. É a famosa volta por baixo.
Receio que dizer que nosso planeta é redondo poderá dar cana, expulsão das redes sociais e até mesmo ser processado por criar fake news.
Deserto
Cruzei o deserto do Arizona, cheguei numa encruzilhada. Cactus, pedras e moitas rolando, empurradas pelo vento. Um cara alto e muito magro apareceu de repente, puf! Estendeu a longa mão para mim.
– Prazer. Meu nome é Osso Duro de Roer. E o seu?
– Bato Cabeça na Pedra. Trabalhas onde?
Notes que ele era estrábico, e me olhava de lado, como se meus olhos estivessem na ponta da orelha.
– Eu cobro impostos. E você?
– Eu pago impostos.
Ele ficou olhando para a outra orelha. Estendeu a mão de novo.
– Bem foi um prazer.
– Não foi.
– Eu sei.
Ficamos parados, quietos. De repente puf!, ele desapareceu. Segui meu caminho. Dentro da minha cabeça, o Hugh Laurie começou a cantar You don’t know my mind.