Morar na Terra é burrice

30 ago • NotasNenhum comentário em Morar na Terra é burrice

Tenho um colega de jornal que tem sobressaltos constantes quando abre as agências de notícias e sites dos jornais e lê, estupefato, o de sempre neste país e no mundo. Quase sempre informações que se enquadram na categoria hospital “Me tira o tubo!”.

Eu me assusto com seus sustos. Sempre digo a ele que se conforme que a humanidade é um projeto que não deu certo. E Deus não faz recall. Fizesse, não saberia nem onde começar.

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Uma boa maneira de não contrair úlceras, que meu amigo procura incessantemente, é a receita do relaxa e goza. É difícil, eu sei. Mas tente pelo menos. Isso para os terráqueos.

Para quem é ET como eu, o panorama visto do alto da ponte cósmica é como observar um formigueiro chapado. Todas as formigas operárias, as soldados, as que trabalham na creche ou botam comida na boca da rainha, bêbada e drogada.

Milhões de barbas

Para ver como são essas coisas de largo consumo. Você nem repara em algum produto que usa todos os dias, por anos e até décadas. E não imagina a dinheirama que dá para o fabricante.

https://cnabrasil.org.br/senar

O Prestobarba acaba de se tornar um negócio bilionário para P&G. A marca conseguiu atingir vendas anuais de 1 bilhão de dólares! Entre outros produtos, as 25 mais rentáveis marcas da P&G faturam, cada uma, mais de US$ 1 bilhão.

ETs entre nós

Outro dia, fiquei matutando sobre esse negócio de extraterrestres já estarem entre nós. Tem que ser uma civilização muito atrasada para querer morar neste nosso planetinha entortado.

E só um ET igualmente torto – e burro – não teria voltado para seu lar interestelar. Em choque, trêmulo e balbuciando frases desconexas, aliás.

Mas, apesar de tudo, meu mundo é bom. Tenho dois. O de fora e o de dentro. Às vezes eles brigam entre si.

Enquanto isso, lá no sertão….

– Pôs compadre, mas não é que vou ter que ir a Porto Alegre?      

– Causo di que?     

– Celurgia nos óio.

O doutor fitalvo mandou. Diz que tenho corredeira.     

– Mas isso não é coisa de doutor de caganeira?     

– Também achei, mas ele disse que é nos óio. Tipo uns sarrafo sem ser de madeira uma colada na outra.   

– Pôs eu também ando às vorta com doutor. Muita dor das costas, então fui lá pelo suse.       

– E o que era?     

– Achei que era remantismo. Mas ele falou que é no cócegas. Caí duro no cepo do galpão do seu Oreste e me deu a dor na sambiqueira, aquela parte do fiofó da galinha.     

– Temo pegando doença de bicho agora? Já peguei carrapato no lombo.     

– Faz como o velho Gegoriano que tocava os boi coxilha acima pra eles se sortá com o suor. Da uma corrida no Cerro da Sepultura.     

– Tá tudo virado. A comadre se queixou de pontada nos purmão. Pegou uma friagem quando lhe visitou , e…     

– Vamo trocá de assunto. Ainda que não lhe pergunte, como vai a sua cria loira?     

– Por isso que tá tudo virado. Eu sou meio bugre e a menina é clarinha igual a ocê…     

– É como gado, toda tropa tem um boi corneta desde que nasceu. Coisas da natureza, compadre.     

– Tu arreparou que nas tua ovelha tem uma ovelha negra? É coisa da natureza também, velhote safado!

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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