Meeeu-Deus!

3 out • NotasNenhum comentário em Meeeu-Deus!

Os números de Lula e Bolsonaro e para governador do Rio Grande do Sul mostraram discrepâncias notáveis com as trocentas pesquisas feitas. No primeiro caso, para presidente, o erro de mais de 20% entre as pesquisas e a realidade expressa nas urnas não tem explicação.

https://www.banrishopping.com.br/maraberto/catalogo/produtos?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=lançamento_banrishopping&utm_content=escala_600x90px

Ou foi sem querer querendo. O que também é algo difícil de acreditar. A não ser que os institutos como o Dataflha e o Ipec, os mais importantes, estejam encarando a ideia do suicídio.

Depois dessa, não serão escolhidos nem para ver quantas melancias estão em alguns metros quadrados do mercadinho da esquina. 

Mal de Brasília

Independente do resultado final das eleições, está em curso o acelerado processo de extinção de alguns monstros sagrados da política brasileira. Pessoas físicas e partidos.

https://cnabrasil.org.br/senar

Entre os primeiros figuram congressistas que sofrem do Mal de Brasília. Distante da planície, viver no Planalto – não o Palácio, a região. Há enganos colossais na avaliação de quem trabalha, vive, bebe e come na planície, que é o Brasil real.

A falta de bar

Tenho usado muito a figura de que falta a esses seres distantes conversa de bar. Alguns não entendem nem o que isso significa, meio caminho andado para a extinção.

Vereadores e prefeitos de capitais ainda dão uma dessas conversados, mas nem todos. Governadores idem. Os ausentes das rodas de papo de bar, de preferência bar pé-sujo, jamais saberão o que o povo de renda baixa realmente pensa.

Metaforicamente, os botecos de bairro. Ali está a real. Poucos captam telepaticamente o que esses estranhos seres votantes pensam.

Cuesta abajo

Vejamos alguns dinossauros a perigo. O PDT de Leonel Brizola não é conhecido por eleitores jovens. Está aí o fracasso eleitoral de Ciro Gimes.

O trabalhismo foi soterrado pelo petismo, que, por sua vez, só tem Lula e pouco mais. O MDB é um Titanic que bateu no iceberg da própria incompetência, com interesses confessos e inconfessos. Esta aí a Simone Tebet, com palavreado bonito, mas acorrentada a uma sigla que naufraga.

O PT já nem lança candidatos a prefeito em várias capitais e cidades grandes. Buscou alianças para governador, porque sozinho ficaria abaixo da barriga da cobra.

O PP parece que  usa oxigênio fundindo com o Muda Brasil, embora seja poderoso no interior do Rio Grande do Sul. O PSDB tem a vantagem de voar, tucano que é, mas no seu QG, que é São Paulo, nem vai para o segundo turno.

Desconfiança no taco

A prova maior de que os institutos de pesquisas não têm confiança no taco é que, desta vez, Ipec e Datafolha não fizeram boca de urna, embora a diferença pró-Lula fosse muito grande. As mais de duas dúzias de trabalhos mostraram diferenças entre Lula e Bolsonaro entre 4,4 e 14%. Como se dorme com um barulho desses?

O PoderData colocou, na sexta passada, uma observação no site do seu pai, o Poder360, que nesta eleição é muito difícil fazer pesquisa. Tem a ver, entre outros fatores, com entrevistas por telefone em comparação com as físicas.

Comparações cretinas

Mais uma vez os bravos rapazes e moçoilas da imprensa gaúcha se apressaram a calcular quanto o caxiense que ganhou R$ 158 milhões na Mega Sena poderia comprar. Dezoito unidades da Ferrari SF90 Spider, 12 anos hospedado na maior suíte presidencial da América Latina, no Tivoli Mofarrej, em São Paulo, 92 bolsas Diamond Himalaya Birkin, da Hermès, um modelo exclusivo feito de pele de crocodilo com detalhes em diamantes e por aí afora.

O apostador que não tem dinheiro para viver bem não sabe o que é essa Ferrari, nem tem ideia do que seja o tamanho da suíte de um hotel que ele nunca ouviu falar. E muito menos conhece as bolsas Hermès.

Talvez se fizessem o cálculo de quantos anos ele e sua família poderiam comer PF acompanhado de cervejinhas, quantas passagens de ônibus urbano poderia comprar essa grana, e quantas dezenas de anos ele poderia viver sem a merreca de salário que percebe. Bem, quem sabe ele teria uma ideia melhor da bijuja do ganhador…

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »