Mais velho do que o jornal de ontem
O jornal de ontem
O jornalismo impresso tem uma máxima que era muito lembrada no tempos antes do computador, quando tinham uma importância muito maior do que hoje, especialmente no que chamamos de furo. Não existe nada mais velho do que o jornal de ontem, era o recado. Na prática, várias vezes, constatei isso de olho neste brocardo. De fato, o de ontem sempre parecia – e era mesmo – coisa ultrapassada. Os fatos novos, as atualizações, os atropelavam.
Mutatis mutantis
Com o advento da internet e edições virtuais, essa máxima adquire relevância maior por motivos óbvios. No jornalismo antigo, a televisão mal e mal chegava em grandes centros urbanos e a rádio, muito mais ouvida do que hoje, corria atrás do jornalismo impresso até que a instantaneidade conseguida com repórteres a campo mudou um pouco as coisas. Mesmo assim, os ouvintes só acreditavam quando LIAM a informação. Caso do antigo Correio do Povo, até a década de 1960: se não estivesse publicado nele, o fato não existiu.
O legado
Evidentemente que, no futuro, os historiadores irão atrás dos fatos impressos. A palavra impressa fica, o resto se desmancha no ar. Por isso mesmo é uma pena que se leia cada vez menos. Via de consequência, não sabemos mais escrever. Vida triste essa nossa do século XXI.
Leitura mentirosa
Achei uma sacanagem a leitura labial feita no príncipe William e sua mulher, sobre sua filha Carlota de Cambridge. Não por ele ser príncipe, mas porque é mais um passo rumo à destruição total da privacidade. E o pior é que nem mesmo podemos ter certeza de que essa leitura foi fiel. Os caras podem perfeitamente ter chutado, o que não só possível como provável.
Questão de cor
Posso ser criticado, mas vejo com maus olhos até mesmo gravar vídeos e áudios de pessoas às escondidas. Isso é função policial e parte dos meios de comunicação usa uma cor que define estas ações: marrom. Até preso tem mais privacidade do que o príncipe William.
Fieis retratos
A natureza está cheia de singularidades aplicáveis ao mundo que vivemos. Vejam o caso do ornitorrinco, que vive na Austrália. Começando pelo nome. É mamífero mas bota ovo; tem um bico que parece ter sido vítima de um rolo de massa quando foi fabricado, largo e comprido; possui um ferrão venenoso e nada com desenvoltura graças aos seus grandes pés de pato. Você escolhe o seu, mas eu acho que o Joesley Batista é um ornitorrinco.