Lá se foi o Guion
O cine Guion colocou seus projetores à venda. O proprietário, Carlo Schmidt, não conseguiu segurar a barra com um ano fechado e público zero. É uma grande perda para a cidade. Passava filmes Cult, na falta de outra definição. Enquanto não as vende, as máquinas precisam ficar em stand by, porque reiniciá-las é problemático. Foram 25 anos de presença cinematográfica.
Perseguidores de sonhos
Admiro muito pessoas como o Carlos Schmidt. Constroem uma ideia em formato de sonho e a tornam realidade. Se não acabou bem, paciência. Elas combatem o bom combate.
Dois sentimentos
É um pouco estranho caminhar nas ruas de Porto Alegre. Percorrendo as mesmas rotas com algumas escapadelas laterais, sou assaltado por sentimentos dúbios. Vejo muita gente nas ruas, gente animada. Mas quando se olha para as lojas dá pena, um que outro gato pingado comprando ou tentando comprar algum produto.
Sinais internacionais
Nas cafeterias, o movimento é descrito pelos proprietários e atendentes com a mão esticada virando para um lado para outro, sinal internacional de mais ou menos. Nos mesmos cenários e nas mesmas horas, antes da pandemia, a curiosidade em saber o movimento receberia outro sinal internacional, o polegar virado para cima.
Se parar para pensar, surge um estado de espírito também internacional, uma tristeza com miolo da depressão. Ficamos com penas dos outros e de nós mesmos, no fim das contas.
Subindo por onde se desce…
…porque navegar é preciso e barco parado não ganha frete, alegro-me com notícias positivas que leio no celular, hábito comum em jornalistas que não conseguem puxar o fio da tomada. Não adianta dizer “desliga” para uma cabeça que é fio e tomada ao mesmo tempo. Cabeças não obedecem ordens nem delas mesmo. É um ser autônomo. Só precisa do oxigênio levado pelo sangue.