Juntinhos, mas separados

8 set • NotasNenhum comentário em Juntinhos, mas separados

Lá no tempo em que éramos peixes e começamos a ir para a terra firme, homem e mulher era uma coisa só. Não é à toa que chamamos, ou chamávamos, nossa mulher de cara metade. Ops! Dei-me conta que não posso usar “nossa”. Bueno. Até a anatomia prova isso. Éramos ligados, a gente se autoengravidava, e a separação – que levou bilhões de anos – deixou marcas. Inclusive a tal costela de Adão.
Ah não? Então por que o homem também tem mamas, por que vagina e pênis se completam? Foi como a separação da América do Sul da África, fato já provado pela geologia. Abraçadinhos em um só vivemos por um largo tempo, até que houve o primeiro divórcio. Desconfio que foi o homem quem o pediu. Por isso ele paga pensão, e não a mulher.
Devem ter acontecido brigas homéricas antes da separação. O lado mulher não podia recusar sexo dizendo que estava com dor de cabeça. E nem ele podia ir para a farra, o lado mulher ia junto. E foram se distanciando, se espichando até que ploft!, eram dois.
Enfim, separados. Até que deu saudade do tempo antigo e começaram a se casar e ficar juntos. De novo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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