Insumo barato

4 maio • Sem categoriaNenhum comentário em Insumo barato

O insumo mais barato do mundo é o ser humano. Com o ChaGPT, vale menos ainda. A educação irá para o brejo. Teses de mestrado e doutorado, que já eram copiadas da rede, agora podem ser “escritas” até por analfabetos funcionais em poucos segundos.

Para que ler, para que ter conhecimento acumulado? Um desses deslumbrados pela Inteligência Artificial falou que a era do conhecimento acumulado terminou. Pode ser, mas quem ganha dinheiro com a ignorância dos outros é ele.

https://cnabrasil.org.br/senar

Basta escrever “quero 50 linhas sobre Shakespeare” e, em seguida, elas vê. Prontinho da Silva.

Imprensa, assessores de imprensa, para começar a conversa, podem ser dispensáveis. Pior, as empresas podem prescindir das assessorias de imprensa.

Talvez cirurgiões operem com instruções do ChatGPT e consultas de pacientes sejam respondidas pela IA. Talvez em casa mesmo.

É claro que uma parcela da Humanidade será ativa e forte, porque será ela que criará novas formas para nos tornar cada vez mais obsoletos. Chegará o dia das máquinas em que até eles poderão ser inúteis com o avanço da Inteligência Artificial auto-criadora.

O que sobra, é que já há indícios fortes, o advento de um imenso Fome Zero e ou Auxílio Desemprego. Eles serão consideradas despesas ou parte das despesas desse novo mundo corporativo mundial.

Não há como frear esse processo. No século XIX, a Revolução Industrial acelerou a tecnologia não-humana. De lá para cá, o processo ficou cada vez mais intenso e com intervalo menor entre um estágio e outro.

Fábricas que utilizavam muita mão de obra, como o setor têxtil, dispensaram o grosso dos funcionários porque a eletricidade propiciou máquinas rápidas.

Nos anos 1990, conversei com um ex-proprietário de tecelagem. Ele contou que os coreanos (do Sul, óbvio) haviam criado uma tecedeira ou nome que o valha, que só necessitava dois funcionários por ilha. Só gastava um terço de energia, tecendo o triplo de  pontos por centímetro.

Ele tinha 20 empregados, e todos tiveram que ser demitidos. E isso só o início, advertiu ele.

De fato, vi outro documentário na TV5 mostrando que a criação de estampas para tecidos não precisavam mais da criatividade de designers desses padrões, um computador de IA as criava em velocidade e perfeição estonteantes.

A questão aqui não é ser contra as novidades. A questão é entender que essa escalada é inevitável, e que, de alguma forma, tudo vai bater em um grande muro em futuro incerto e não-sabido. Como nos filmes, a luta será entre as máquinas e os humanos.

A dura realidade é que seremos inúteis.

Ah, eu estou exagerando?
Então leia essa matéria da BBC Brasil:

O homem conhecido como o “padrinho” da inteligência artificial (IA) pediu demissão, alertando sobre os crescentes perigos da tecnologia. Geoffrey Hinton, de 75 anos, anunciou sua saída do Google em entrevista ao jornal americano The New York Times, dizendo que agora se arrepende do seu trabalho.

Psicólogo cognitivo e cientista da computação, ele afirmou à BBC que alguns dos perigos dos chatbots (robôs virtuais) de inteligência artificial são “bastante assustadores”.”Neste momento, eles não são mais inteligentes do que nós, até onde eu sei. Mas acho que, em breve, poderão ser.”

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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