Foco na inexatidão

18 out • NotasNenhum comentário em Foco na inexatidão

Alguém postou no Face uma bobagem dita por repórter de rádio que resultou em uma chuva torrencial de casos semelhantes. Nenhuma novidade. Quando se tem um estoque baixo de palavras substitui-se o termo correto por outra palavra bonitinha do tipo nada a ver. Não é só no rádio. No jornal e TV é a mesma coisa.

https://www.banrisul.com.br/pix/link/pixpj.html?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=pixoffice_app&utm_content=centro_600x90px

As faculdades de jornalismo estão despejando profissionais incapazes no mercado. Por isso, são baratos. O lema é serviço rápido e mal feito. Para as direções, custo baixo compensa a ruindade. Não é só no jornalismo. Médicos, engenheiros entre outras profissões têm a mesma queixa.

Onde tudo começa

No ensino básico. Mas como poderia ser diferente se, no método brasileiro de autodestruição, o aluno que for advertido pelo professor sempre tem razão, é ele que será punido? Isso se não apanhar dele ou dos seus pais, principalmente se for mulher.

https://cnabrasil.org.br/senar

Se tudo o mais não der certo, saque-se o Instituto do assédio moral. Lembrando que um quilo de acusação pesa mais do que um quilo de defesa.

O luxuoso 1.0

Como jornalista gaúcho ganha muito mal – o piso da categoria é inferior ao de cobradores de ônibus – tudo com valor  acima de um determinado valor, digamos R$ 50 mil (ou de um carro 1.0) é coisa de rico. É comum se ler ou ouvir que alguém foi atropelado por um “carro luxuoso”, como a sugerir que o motorista é doble culpado.

É coisa de gaúcho de cidade grande. Se um morador da região italiana ou alemã compra uma Mercedes 180, modelo de entrada, o vizinho fará força para comprar uma 300. Na cidade grande, o vizinho deseja que ele se estrepe no primeiro poste depois de sair da garagem.

O vermelho que não se lê

Depois de alguns cadernos de jornais, anunciantes também deram para aprovar peças publicitárias no jornais com o horroroso fundo vermelho, caso do Santander (dois) e de um sindicato na ZH de sexta. Tente ler o texto do Santander do primeiro anúncio com letras brancas desmaiadas, tenta.

Nos impressos, quem domina é o infográfico. Não raro, mais confunde que resume. Parece uma vocação nossa de destacar mais a moldura que o quadro. Se der para ver a pintura, ok. Se não der, azar o seu.

Quase lá

O Brasil é o segundo país com a maior proporção de nemnem do mundo. São jovens entre 18 e 24 anos, que nem estudam, nem trabalham. Só perdemos para a África do Sul, com 45%. Os dados referem-se a 2020. A fonte é a OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Queda

A audiência do programa de Luciano Huck despencou 33,5% em menos de dois meses depois da sua estreia, conta o Kantar Ibope Media. Ele estava bem, quieto e faturando no seu cantinho quando veio o tornado Faustão. A recente volta da família Marinho no comando operacional certamente deu-se porque este e outros números negativos da Globo já eram por ela conhecidos.

A culpa da ferradura

A saída do Faustão e os desdobramentos lembram uma quadrinha medieval: Por causa de uma ferradura perdeu-se um cavalo/Por causa do cavalo perdeu-se um cavaleiro/Por causa do cavaleiro perdeu-se a batalha/Por causa da batalha perdeu-se a guerra/Tudo por causa de uma ferradura.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »