Eu tinha a força 

4 abr • NotasNenhum comentário em Eu tinha a força 

Os meios castrenses, como é chamado o conjunto das Forças Armadas, já estavam inquietos há mais tempo. Vistos como avalistas do governo Bolsonaro, os militares se preocupam com o desgaste do Capitão, piorado pelas declarações sem-noção do seu comandante supremo. Tanto vai o cântaro à fonte que um dia se quebra.

Eu tenho a força

Ao contrário de 1964, os militares de hoje estão com o dedo longe do gatilho. Querem ser vistos como guardiões da Constituição e deu. Mas houve coincidências com aquele ano, começando pela data, 31 de março. Também existem dois Mourão generais. O de hoje está aí, de pijama mas fardado para assumir em caso de bronca maior.

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Recuerdos de 64

O general Olímpio Mourão Filho comandou os tanques que saíram de Minas Gerais rumo ao Rio de Janeiro, onde chegaram dia 1 de abril. Nas suas memórias, ele confessa que a coluna de tanques Sherman chegou quase sem gasolina.  Se houvesse reação, ele estaria de mãos amarradas. Hoje, botar tanques na rua não faz mais sentido.

Sem pai nem mãe

De algum tempo para cá, a internet está dolorosamente lenta. Provedores jogam a culpa na rede, e a rede não tem pai nem mãe. Basta algum trapalhão em vila no fim do mundo fazer uma mancada que afeta todo mundo. No Congresso, existe bancada para toda atividade humana, minorias e maiorias, mas nenhuma para os órfãos da internet.

Na mosca I

Que a pandemia está enchendo a cabeça com caraminholas é evidente, inclusive agravando distúrbios já existentes antes. Quem trabalha com a cabeça dos outros vai ter muito trabalho por anos. A pesquisadora Rosalind Picard, do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), observa que a pandemia está gerando seres antissociais.

Na mosca II

Quando você caminha e, em sentido contrário, vêm outras pessoas, a primeira reação é se afastar delas, explica Picard. Essa reação, quase hostilidade, tende a permanecer mesmo depois do fim da guerra contra o vírus. Vimos e vemos esta reação todos os dias em Porto Alegre. No início da pandemia, os olhos chegavam a lançar flechas de raiva gratuita.

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Congestionamento de informações I

Por causa da profusão de informações sobre a Covid as pessoas acabam se perdendo neste cipoal de dados, telefones e endereços de emergência. Se surge alguma suspeita de caso nas famílias, a primeira reação é de pânico, o pior conselheiro que existe. Aí vem buscas atabalhoadas em gavetas, agendas de celular e íman de geladeira.

Congestionamento de informações II

E uma questão de se organizar. No caso, é obrigatório se organizar e ter endereços e telefones sempre à mão, inclusive para familiares. Vale o mesmo para estocar informações que cercam a pandemia. Também é salutar ter sempre à mão comprovante de residência, cartão do convênio.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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