Dos surfistas às cavernas

27 nov • NotasNenhum comentário em Dos surfistas às cavernas

A agência internacional de classificação de risco S & P rebaixou o rating nacional de Casas Bahia de “brA-” para “brBBB-” com perspectiva negativa. Tudo começou lá atrás com A, B, C e D e, depois, foram alternando letras maiúsculas com minúsculas.

A engorda lembra o GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), que hoje engloba parte do alfabeto com nuances, incluindo os “fluídos”. Prudentemente, no final colocaram um “+” sinalizando que vem mais vertentes pela frente.

https://promo.banrisul.com.br/bdg/link/consignado.html?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=p_blog&utm_campaign=consignado&utm_content=escala_600x90px

O mundo gosta de iniciais, e o Brasil gosta mais que o mundo. Em algumas profissões, como de piloto, o painel do cockpit e de todo o emaranhado de funções de uma aeronave são tantas e com nomes compridos que precisa abreviá-las para que, uma vez decoradas, economizem tempo nas comunicações. Temos, entre outros, como a medida de velocidade por nós (1.852 Km/h para kts (knots true airspeed) e TCAS (Traffic Collision Avoidance System), um conjunto de equipamentos eletrônicos anticolisão.

Advogados, engenheiros, médicos, entre outros, têm a sua própria comunicação. Embora eles não gostem da definição, é uma comunicação tribal em que fica subjacente “cai fora, forasteiro, é só nossa”.

Claro, tem especialidades como gastro, quimio, derma, cárdio etc. Tudo isso para dizer como a velocidade da transformação do mundo e a incorporação de novas técnicas e instrumentos chegará a um ponto em que teremos que consultar o Google ou outro mecanismo de busca até mesmo para o dia a dia coloquial. Não é mesmo, celu?

Sempre gosto de usar uma gíria antiga dos surfistas-raiz, a frase sem consoantes (oia o auê aí ó). Também temos o contrário, o escrever sem vogais ou com um mínimo delas), que mesmo assim dá para entender o significado do texto (vc sbe q cnvrsndo a gte s ntnde).

https://cnabrasil.org.br/senar

Então vejam estes dois extremos para perceber a que ponto chegou a comunicação falada e escrita. No futuro, e com expectativas de um mundo sombrio, é possível que a gíria dos surfistas seja universal, como no tempo das cavernas e ainda hoje como os animais. Macacos são um bom exemplo.

E a telepatia? Duvido, mas deixo algumas fichas just in case. Quanto à junção de sons e imagens, creio que a resposta esteja na holografia, mesmo de um canto do mundo para o outro. Passando para o transporte pessoal de um ponto para outro, como previram os roteiristas dos filmes Jornadas nas Estrelas, sei não. Significaria levar todas as moléculas e átomos do corpo, varar o espaço como elas e reconstruir o corpo no ponto de chegada.

Imagina se houver intercâmbio molecular entre um organismo vivo que te acompanha e outro. Em casos extremos você sai como um homem e, na chegada, seja uma cobra com orelhas, chifres e juba de leão.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »