Dias felizes
Naquela década temíamos doenças venéreas todas curáveis, tuberculose, hanseníase, chamada de lepra, um nome infeliz que causava discriminação e mais dor aos que sofriam desse mal. Não me recordo que desemprego nos afligisse, ao contrário. Até o final dos anos 1970, eu e minha turma conhecida ou desconhecida saíamos de um emprego e no dia seguinte, estávamos em outro.
Só o que eu lamento é que, ao acordar, eu não me olhasse no espelho por um bom tempo e dissesse para meu outro lado “aproveita, curte, carpe diem, porque passa depressa”.
Como escreveu o dramaturgo e escritor George Bernard Shaw, pena que a juventude seja gasta com os jovens. Ou, quando a gente aprende a escrever eles nos aposentam, no dizer do jornalista e colega do JC, o santanense Rajá, proprietário de uma cabanha de abelhas.
Grande figura, o Rajá. Como só abelha não dava dinheiro, também era dono de táxi. Foi levando até que a mala suerte o conquistou.