Cristóvão Colombo, 36

8 dez • A Vida como ela foiNenhum comentário em Cristóvão Colombo, 36

Logo que arranchei de vez em Porto Alegre, dividia apartamento com amigos no edifício Bagé, na Barros Cassal. No número 36 da Cristóvão Colombo, ali pertinho, havia um pequeno e maravilhoso bar, o Bob’s, do seu Roberto. Tinha o melhor croquete de peixe e a melhor torrada que comi na minha vida, categoria “Como esses nunca mais”.

O garçom Creso vendia cigarros americanos, giletes inglesas e desodorantes franceses aos fregueses. Saía do sério quando eu o chamava de “Creso em Cruz Ave Maria”. Logo ele, que carregava o nome do poderoso rei da Lídia na Grécia antiga vendendo bagulho.

Anos mais tarde, o Bob’s fechou de vez e deu lugar à boate do Isidoro. Certa noite, um grupo saiu do Chalé da Praça XV e aproou o Isidoro. Quando o porteiro abriu a porta, uma bela música ao vivo flutuou para a rua.

Empolgado e mais alto que o Everest perdendo para a lei da gravidade, estreitou os olhos, o Sérgio Durão botou as mãos em concha na boca e gritou alto em bom som:

– Champanhe para a orquestra!

Fez uma baita economia. A “orquestra” era apenas um cantor e seu violão.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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