A cesta milagrosa
Um dos maiores argumentos dos governistas quando há espanto com a corrupção rápida, acelerada e irrestrita que se instalou no País é que sempre teve roubo. Sim, sempre teve. Mas tenham dó, não nessa proporção de corcova de dromedário.
Nos anos 1970, eu ouvi de um paulista quatrocentão, sócio de empreiteira poderosa na época, como eles – os concorrentes, lógico, ele fora… – tinham acesso a informações privilegiadas sobre obras públicas, e quanto pagavam por elas.
Macaco velho no ramo, o empreiteiro contou que de pouco valiam as informações dos altos escalões. Então, a técnica reunindo o útil ao agradável só colimava duas pessoas: a secretária do ministro e o operador da máquina de xerox. A secretária pedia as cópias e o da xerox providenciava as cópias de contratos, datas e exigências das licitações, valores etc.
Preço? Uma cesta de Natal (fora de época) recheada com perfumes e produtos importados.