Ampolas à vontade

18 nov • Sem categoriaNenhum comentário em Ampolas à vontade

Fui ao Mercado Público e, na saída, vi a fila não tão longa assim para receber a terceira dose. E a fila andava bem. Não fui perfurado por estar atrasado para um compromisso. Vou hoje. A gente tem complexo de guaipeca e por bons motivos. Mas, em matéria de vacinações, o Brasil é bom à beça. Qual outro país tem a agilidade e a logística na imunização contra a gripe, por exemplo.

A conspiração do ar e água

Na Covid, estamos na frente dos EUA – já sei, o homem de Brasília entrou atrasado. Mas tenhamos um pouco de compreensão para o atual estágio. Estamos bem na parada do enfrentamento à covid. E só não estamos melhor porque parte da população não está nem aí para a vacina. Outra tem medo de se vacinar ou acha que na ampola tem ar ou água.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw02hn_conteudo_detalhe2.aspx?secao_id=3141&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=cdc_sustentabilidade&utm_content=escala_600x90px

A resistência ao passaporte vacinal é uma prova do mais feroz individualismo. Desculpa quem é contra. Vejam a Áustria, que cobra 500 euros de quem está na rua e não tem esse documento.

Cada um, cada um

Depois de uma certa idade, costumamos dizer que era bom o tempo em que tínhamos 20 anos. Para os veteranos, a década de 1950 foi a melhor. Para outros foram os 60 ou 70. Do alto da nossa certidão de nascimento, dizemos que deveria ser muito bom morar no Rio de Janeiro na década de 1950. Luxo, praia, criminalidade localizada, modo carioca de viver.

https://cnabrasil.org.br/senar

No meu caso, a década de 1950 foi deslumbrante. O pós-guerra mexeu para melhor na economia mundial, mas não para o Brasil. Entretanto, tínhamos 15 anos. Qual a melhor Porto Alegre, a dos 50, 70? Para mim e minha geração, a dos anos 1960. Tínhamos 20 anos. Nos anos 70, também foi bom porque tínhamos 30. O desandar da maionese se iniciou de 1968 para a frente. Coincidentemente ou não, as drogas pesadas  começaram a dizer “presente”.

A década do retrovisor

O diferencial era a criminalidade restrita. Não se precisava olhar sobre os ombros, nem durante a madrugada. Hoje, o ideal seria ter retrovisor. De preferência, aqueles que disparam um alarme quando alguém invade um ponto cego.

Os assassinos de vida

Do meu ponto de vista, um assaltante teria que ter a mesma pena que um homicida, mesmo que não mate. Ele destrói sua vida, que vira um inferno. Cartões cancelados, novas senhas, agenda e fotos perdidas, documentos novos, um horror.

Sua vida toda está no celular. Saudades do Nokinha.

É campeão

Segundo o Banco Central, 61,4% dos brasileiros utilizam o PIX, somando 7 bilhões de transações, que juntas totalizam cerca de R﹩ 4 trilhões. Atualmente, são mais de 348 milhões de chaves cadastradas no sistema e cerca de 105,2 milhões de pessoas físicas utilizando o recurso. Maravilha, não?

Porém…

Não. O PIX era para ser seguro, mas hoje é um campeão de fraudes. Quando esse esquema de pagamento foi lançado, há um ano, surgiram caraminholas na minha cabeça apontando para uma contradição: a instantaneidade da operação seria sua maior fraqueza. Pagou não tem volta. Não tinha, porque que foi corrigido.

Limite de horário para operar, limite de transação, uma a uma as vantagens foram caindo. Mas ainda é forte a atração. No entendimento deste humilde servo da lógica, é inacreditável que não tenha passado pelas cabecinhas que criaram o PIX (ou o copiaram)  esse tipo de brecha para fraudes e até a facilidade em extrair dinheiro em sequestros relâmpago. Seriam estes nerds de Marte?

Presença indispensável.

O que sempre tem em mesa de cafeteira é adoçante, açúcar, guardanapo. O que passou a ter também foi frasco com álcool gel. E o consumidor não deixa de higienizar as mãos. Será que, no exterior, este hábito também se incorporou no dia a dia? Há controvérsias.

álcool gel se tornou presença indispensável foto de Fernando Albrecht

De um modo geral, o brasileiro gosta de estar limpinho, banho tomado diariamente, ao contrário de outros países desenvolvidos. Por mais pobre que a mulher seja, gosta de se enfeitar e ter roupa nova. Se não dá, capricha na velha. Pode fazer combinações equivocadas, mas mulher brasileira é vaidosa.

Atraso

A internet anda com algumas manias esquisitas. Há quatro dias enviei para mim mesmo fotos por email  para usar em uma nota, mas chegaram só ontem. Parece até que vieram pelos Correios.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »