Como era verde meu vale 

22 out • A Vida como ela foiNenhum comentário em Como era verde meu vale 

Quem vê a decadência dos jornais impressos e viveu os tempos em que eles e as revistas eram donos do campinho fica tomado por uma certa melancolia e saudade de quando o mundo girava mais devagar e não tinha tanta gente a afundá-lo.

Nos anos 1970, só as assinaturas do Correio do Povo pagavam toda a folha e ainda sobrava dinheiro. A televisão começava sua ascensão, e passou a sugar propaganda. Como o dinheiro não se multiplica, botar na tela tirava do papel. Por isso Breno Caldas criou a TV Guaíba, o dinheiro ficava em casa.

A derrocada dos grandes jornais começou por aí. Por isso, donos de impérios gráficos criaram suas emissoras e depois redes de TV. Roberto Marinho foi um visionário, sentiu o futuro. Nem por isso desdenhou o jornal O Globo. Dizia que a entrada dos negócios das Organizações Globo se dava pelo impresso e não pela televisão. Pelo mesmo motivo cuidava muito bem dele. Não esqueçamos que Roberto Marinho criou a Globo quando estava perto dos 60 anos.

No Sul, Maurício Sobrinho e o irmão Jayme tiveram a mesma preocupação, só que começaram com rádio, TV. E não descansaram enquanto não compraram o jornal Zero Hora, do jornalista Ary de Carvalho. Negócio feito em dezembro de 1969, mas assumiram mesmo em março de 1970.

Eu estava lá.

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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