Como Deus era bom
Deu uma vontade danada de voltar aos tempos da lancheria restaurante Matheus, pertinho do Clube do Comércio, na Rua da Praia, defronte à Praça da Alfândega. Abria até altas da madrugada. No almoço, um bufê de comida a quilo – yes, já existia nos anos 1960 – com o básico. O atendente usava a balança “do olho” embora a balança estivesse pret-a-porter.
Mas é dos lanches que mais tenho saudade. O cachorro-quente vinha com pão d’água, uma ou duas salsichas e um molho dos deuses protetores da boa comida. Não eram como os de hoje, legítimos atentados terroristas em que se bota de tudo dentro de um pão molóide. Não entendo porque ainda não botaram bolota de cinamomo.
Outro lanche de comer ajoelhado era pernil fatiado na hora – fundamental esse detalhe para quem quiser copiá-lo. O mesmo molho e o mesmo pão d’água. Rapaz, depois de comer dava vontade de se ajoelhar e gritar “como Deus é bom!”
A noite era boa. Mesmo chovendo.
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