Chinês não dorme de touca
A terceira guerra mundial já começou. Estamos na expectativa de um ato mais belicoso de Vladimir Putin, o facínora do milênio, mas ela já está em curso. Bagunçou o mundo inteiro, com exceção dos países asiáticos. Ao contrário, a China pode ser até a beneficiada. Chinês não dorme de touca.
E as outras?
A Semana das Mulheres passou e, ao que se saiba, ninguém homenageou as mulheres da Ucrânia, enquanto aqui foi um festival de homenagens – merecidas.
Se, um dia
Frase não da música de Paulinho da Viola, mas de Roberto Marinho, fundador da Globo. Já passado dos 90 anos, abria as reuniões com seus executivos com a seguinte frase.
– Se um dia eu vier a falecer…
A tartaruga do doutor Roberto
Outra lenda sobre ele. Quando fez 90 anos, amigos queriam dar-lhe uma tartaruga marinha, que vive cerca de 60/70 anos ou mais. RM gostava de mergulhar. Ele pediu que não lhe dessem esse mimo.
– Sabem como é, a gente se apega a esses bichinhos e quando eles morrem sofremos muito.
Matusalém, alguém topa?
A medida que vamos envelhecendo queremos cada vez mais tempo de vida. De preferência ser o Matusalém da Bíblia. Que teria vivido 600 e tantos anos. Desconfio que ele fez “gato”, ou o ano bíblico era um mês. De fevereiro.
Honestamente, quem desejaria viver em um planeta que tem data marcada para morrer. Quantos anos mais os oceanos e a terra podem abrigar vida, com séculos de poluição acumulada?
Você vai dizer que a Humanidade dará um jeito, que voltaremos a ter lambaris nos nossos riachos. Acredito, mas talvez nas colônias de Marte ou outro planeta habitável que ainda não foi descoberto.
Os anos 1950
Quem pegou essa década sabe que talvez foi única e última realmente boa para se viver. Mas precisou de uma guerra mundial para ser boa. Dos 1960 em diante só piorou. Hoje, quantas fichas você botaria na roleta de um mundo melhor? Sai um Putin e entrarão 10 do lado lá e do lado de cá.
Talvez a melhor maneira de encarar esses novos e tristes tempos seja uma frase do poeta português Fernando Pessoa, navegar é preciso, viver não é preciso.
Pegadinha lunar
Naqueles tempos, um grupo de uruguaianenses que dividiam um apartamento em Porto Alegre fizeram uma pegadinha com o ingênuo do grupo, uma gravação imitando o Correspondente Guaíba informando que a Lua se chocaria com a Terra, então seria o fim do mundo. O pobre coitado acreditou. Fechou o gibi que estava lendo e olhou desolado para os amigos.
– Vou voltar para Uruguaiana…
E você, voltaria para onde?
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
