Carnaval americano em Porto Alegre

30 jan • A Vida como ela foiNenhum comentário em Carnaval americano em Porto Alegre

Em vez de tentar imitar, de forma ligeiramente tosca, as escolas de samba do carnaval carioca, as tribos de índios alegravam os porto-alegrenses até meados dos anos 1980. Faziam um humor involuntário até pelo nome do enredo. Comanches, Navajos – embora americanas – Tapuias. oitacazes, entre tantas outras, eram o nosso diferencial nos desfiles de rua.

Posso dizer que eu – e muita gente – tinha admiração pelos abnegados dirigentes e figurantes que faziam das tripas coração para desfilar, na época, na Borges de Medeiros. Depois, na avenida João Pessoa. Era um carnaval dos pobres.

Seus “sambas-enredo” eram entremeados de “úúúú” e outras expressões teoricamente silvícolas. Em 1973, os Comanches tiraram o primeiro lugar nesta modalidade com enredo Ascensão e Queda do Império Inca e com alguns versos em língua tupi-guarani. Mistura fina melhor que essa impossível.

Os figurinos estavam ao alcance de qualquer pobre. Sungas com penas de espanador na cintura e cocares do que sobrou do espanador. Na falta desse, pena de galinha servia.   

Quando o cacique recebeu o troféu das mãos do prefeito Guilherme Socias Villela, disse: “Agradeço homem branco prêmio nossa valorosa tribo”.   Nota 10.    

https://www.brde.com.br/

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »