Caderninho de dados

30 nov • A Vida como ela foiNenhum comentário em Caderninho de dados

     Agentes da Polícia Federal foram entregar uma intimação em uma vila de Porto Alegre, nos cafundós do Judas. Passando de ruela em ruela, não conseguiam achar o tal endereço. Puxaram laptop, GPS, rádio, e nada. Até que se depararam com uma viatura da Brigada Militar, cujos tripulantes tinham colocado uns quatro ou cinco no paredão e estavam checando RGs via rádio.

    Os federais então perguntaram a um brigadiano se conheciam o tal endereço. O PM perguntou quem procuravam. Após a resposta dos federais, veio a frase do militar:

    – Deixa eu consultar meu banco de dados.

    O policial entrou na viatura e saiu com um caderninho, desses de anotar compra em mercadinho de vila. Não tinha capa, todo escrito a mão, folhas soltas, garranchos, páginas amassadas e molhadas. Após uma breve pesquisa, falou de forma imponente:

    – Na mosca! Sobe essa aqui e dobra na primeira à direita. É uma casinha amarela. Mas ele deve chegar só dentro de duas horas.

    Perplexos, os policiais federais aguardaram. E não deu outra. Quase duas horas depois avistaram um rapaz entrando na casa. E era o cara. Foi abordado. Surpreso, perguntou aos federais como o acharam tão rapidamente.

    – Foi fácil. Tu tá no banco de dados, cara!

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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