As folhas do passado

23 fev • A Vida como ela foiNenhum comentário em As folhas do passado

Por que alguém guarda livros antigos incluindo os escolares, como é meu caso? Pelo simples motivo de serem pedaços de mim dos tempos verdes. Perdê-los ou jogá–los fora é como apagar a infância e juventude. Cada página, cada capítulo de  obras lidas e relidas, algumas dezenas de vezes, é como subtrair o equivalente da sua idade, mas sem retornar aqueles gloriosos tempos.

Coleção Terra Mar e Ar, Karl May, Edgar Rice Burroughs, Machado de Assis, Monteiro Lobato e sua Emília no País da Gramática, e até mesmo os livros de Latim, a série Purus Primus até o Quartus e tantos outros. sem falar em Balzac, Simenon, Eça e montanhas de clássicos, são fiéis depositários da minha vida. Podem estar em algum canto escuro, mas estão lá. Gostaria de os ler de novo, mas falta-me coragem e tenho temor de encontrá-los corroídos pelas traças.

Nossa vida passada é um conjunto de folhas, no final das contas.

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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