A praia das professoras

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Já se iniciou a demolição do prédio na rua Edith Lourdes que abrigava o antigo Santa Terezinha Praia Clube (STPC). O prefeito Ique Vedovato, conforme prometido, operou a máquina que deu início ao processo de demolição das ruínas do antigo clube.

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O prédio gerava transtornos à população local. Outrora bastante movimentado, nas décadas de 70 e 80, entrou em decadência. Acabou virando um problema social para o município de Imbé.

Os gambás da praia

Nos anos 1950, Santa Terezinha era conhecida como a praia das professoras. Obviamente porque, nas férias, elas veraneavam onde estava sua tribo.

Recordo-me que eram chalés de madeira sobre palafitas, mesmo que o mar não chegasse a elas. O que ocorria muito naquela época era infestação de gambás. Não os bêbados, os marsupiais.

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Apareciam em todas as praias. Eram inofensivos e exalavam cheiro ruim só quando atacados. Uma arma de defesa não de ataque.

A galinha com farofa

A ordem das praias nos anos 1950 a partir de Tramandaí era, Imbé, Santa Terezinha, Albatroz e Mariluz. Então com algumas casas e o Hotel Mariluz, contração do nome do loteador Omar Luz, que era de São Leopoldo.

Eram anos de viagens prazerosas. Tempos de levar galinha com farofa, que não estragava.

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E já tinha o sorvete americano, o das máquinas, que existem até hoje. Mesmo formato, mesmos sabores. Lembro que quando elas chegavam em Tramandaí formavam-se filas.

Tempo de Cuba

A Cuba Libre invadiu os salões da alta sociedade por esta época. Em bailes ou encontros que hoje chamamos de happy hour, a mistura de rum com Coca-Cola reinava.

No mais era cerveja (ou chope), espumante – que na época se chamava champanhe, feita de vinho branco ruim, o que te dava uma dor de cabeça medonha no dia seguinte. Hoje, o espumante gaúcho é muito apreciado porque não se faz com sobra de vinho branco. É muito mais elaborado.

Tempo de samba

O rum não era tão barato como hoje. Então, os pobres inventaram o Samba, cachaça com Coca-Cola. Hoje existem marcas de dois mil reais ou mais.

Mas na época eram mal destiladas e cheias de metais pesados que vinham dos defensivos agrícolas usados nas plantações de cana de açúcar.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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