A polvadeira
A legalização das drogas, ora em análise no Supremo Tribunal Federal, é justificada como sendo uma forma de acabar com o cartel do tráfico. Vai é abrir espaço para outro, desta vez com registro na Junta Comercial.
Quem sabe, até com ações em bolsa. Se não da maconha, que é para o baixo clero – “compre seu fuminho nas lojas 1,99“ – o alvo colimado é bem mais rentável. A expressão bíblica “do pó vieste e ao pó voltarás” vai adquirir outro sentido.
Outra mudança de sentido, se legalizarem as drogas vai ser a expressão gaúcha “polvadeira”, sinônimo de bochincho, briga de levantar poeira. Parece que estou vendo um bagual veio com nariz branco falando incoerências em bailanta de CTG.
No Alegrete, na estrada velha que leva a Itaqui, construíram um CTG aos poucos, que levou tanto tempo para terminar que eu o apelidei de CTG da Prestação. Hoje está lá, firme e forte.
Por falar na Fronteira Oeste…
Nos anos 1970, eu e o fotógrafo Maurecy Santos, o Santinho, fomos cobrir um evento qualquer. Findo o trabalho, já de madrugada, bateu a fome.
Onde se pode comer algo de madrugada no interior? Acertou quem disse “na zona”.
Zona, como quase todos sabem, é abreviação de zona do meretrício. Hoje palavra que não se usa mais porque a zona é ampla, geral e irrestrita.
Na beira da BR-290, enveredamos para um distrito de São Gabriel. Logo avistamos uma casa com luz vermelha, símbolo de bandeira de zona, e um cartaz anunciando um show de uma artista argentina, um desenho tosco com o corpo fora de proporção. Peitos enormes e coxas de rã, com olhos que pareciam saltar das órbitas. Abaixo, uma inscrição. Show de Conchita de Los Rios, completamente seminua!
Vai longe
Se forem procurar a origem da briga entre Israel e países da região, temos que voltar aos tempos bíblicos. Os judeus foram escravos dos egípcio por 400 anos. Quem os libertou foi Moisés, que a pretexto de procurar a terra prometida, vagou por 40 anos no deserto, para terminar com gerações ainda nascidas no Egito.
Querência do Bugio
São Francisco de Assis, que pertencia a Itaqui, é conhecida como Querência do Bugio, por ter sido local de criação deste ritmo musical e de dança E por abrigar bugios nas praças.
Na origem era a terra dos índios Tapes, Guaranis, Minuanos, Guenos, Carijós, Arachanes, Charruas, Caaguas e Guaranás. É índio que não acaba mais.
São Chico é quase homônima a outra São Chico, São Francisco de Paula, nos Campos de Cima da Serra. Há uma história que era contada em outros tempos. Dizia que um morador despencou do alto de um prédio e, na aflição, gritou desesperado.
– São Francisco, me ajuda!
Algo parou a sua queda. Ouviu-se uma voz vinda do alto.
– Qual São Francisco que me hablas?
Vendo o chão se aproximar rapidamente, foi no palpite.
– São Chico de…de…São Chico de Assis!
Lá se foi ele de volta para o chão. Outra vez a voz vinda do alto explicou.
– Não é comigo. Eu sou de Paula.
E literalmente largou o cara de mão.
Incurável
O médico alemão Dr. Wolfgang Vogelsberger palestrará em Porto Alegre, dia 26 de novembro às 16h30min, na Amrigs – Avenida Ipiranga, 5311. O tema da palestra é Para deus não Existe o Incurável.
A ação é promovida pelo Grupo Médico-Científico da organização internacional Círculo de Amigos de Bruno Gröning. A palestra tem entrada franca e não requer inscrição prévia. Haverá tradução. Informações adicionais (51) 99279-6603.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
