A mostarda do Osni
Colega de redação do Jornal do Comércio, o meu amigo Osni passou por uma privação daquelas há algum tempo. Do outro lado da João Pessoa havia uma lanchonete frequentada pelo pessoal da redação. Osni pediu um sanduba e, ao abrir um envelope de mostarda, pagou um mico federal.
Não havia jeito do envelope abrir. Exasperado, apelou para a força bruta e deu um golpe de karatê no sachê. Foi tão bem sucedido que não só rebentou a embalagem, como também espalhou mostarda aos quatro ventos. Pintou a parede oposta e os clientes que comiam seu lanche de amarelo-mostarda. Quase apanhou.
– Bah, cara, nunca passei tanta vergonha na vida – confessou ele depois.
Que coisa. A humanidade foi à Lua, enviou sondas aos confins do Universo, mas não conseguiu fabricar um sachê decente de mostarda. Nada surpreendente, considerando que o abridor de latas só foi inventado ANTES da lata. Mas o sachê de mostarda ou de ketchup é mortal. Sempre enguiça.