A minha parte

25 out • NotasNenhum comentário em A minha parte

Como é mesmo aquele brocardo? Tive filhos, escrevi um livro e plantei uma árvore. Nem sempre tem que ser levada ao pé da letra. Por exemplo, escreveu vários livros mas aos poucos não só neste blog mas como colunista e cronista nestes 55 anos de jornalismo. Conheci gente que depois de umas cervejas trocou as bolsas dizendo que plantou um livro, escreveu um filho e teve uma árvore. Esse pé de lichia que já diz a que veio foi minha parte, claro que com ajuda da minha filha. Foi plantado em um lugar de paz, longe da poluição e das guerras, tanto as de verdade quanto as outras geradas pelo tráfico. Cresça e dê frutos saudáveis, minha querida.

Cheia de encantos mil

Esta era a Cidade Maravilhosa cantada na música em prosa, verso e imagens. Eis que a dura realidade se abate sob forma de ônibus incendiados em madrugada de terror.

Vocês viram as imagens e devem ter assistido debates de “especialistas” salvadores do Rio de Janeiro nas emissoras de TV. Que coisa mais patética essa!. Um bando de engravatados sentados comodamente em poltronas deitando falação provavelmente sem conhecer a Zona Norte da cidade ou mesmo ter entrado em uma favela.

Faz parte do circo televisivo armado por um lado e terror armado de outro. Muito bem, o que fazer então? Mas pelo amor de Deus, não contem com o governador Castro para arrumar a bagunça que ele mesmo deixa rolar por ineficiente que é.

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A essa altura, já não sei se tem jeito, se não se vive um Haiti permanente, com gangues e facções, tráfico, cheiradores de terno e gravata, garotos sarados e pais de família que são fiéis ao lema que vieram do pó e ao pó voltarão. Esse é o universo que sustenta o tráfico. Não são os 20% que chamamos de viciados ou dependentes químicos.

Perguntem aos verdadeiros especialistas e eles confirmam isso. Portanto, o inferno veio com os usuários ocasionais, os fins de semana. Mesma coisa nos Estados Unidos.

Embora deteste o termo “narrativa”, ao longo de décadas de absolvição dos usuários, como se não fossem eles o elo da corrente que desencadeia o império do crime. Ninguém era dependente na primeira cheirada, então não me venham de borzeguins ao leito falando em “coitados”.

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Repetem que tudo começou com o primeiro governo Leonel Brizola, em 1982, que proibiu a Polícia de subir os morros. Sim, é fato, mas não creio que só esse fator seja responsável.

O que quero dizer é que, enquanto não atacar pelo lado do consumo, não tem jeito. Ah, mas todos tentaram, mas não deu certo.

Bem, em Singapura e outros países asiáticos deu. Direitos humanos, vão dizer, eles não podem ser desrespeitados. Ah é? E se esse humano for o financiador do Crime S.A., continua sendo um coitadinho?

Há quanto tempo ônibus incendiados no Rio de Janeiro fazem parte do nosso arquivo de imagens? Vezes sem conta, as autoridades dão entrevistas coletivas batendo no peito, inflando a voz e exclamando baboseiras dentro do espírito no pasarán e aqui não?

Não só passaram como continuaram passando e até por cima deles. O Brizola pode ter dado o pontapé inicial, no sentido de dar trincheiras confortáveis aos traficantes, mas para por aí.

A corrupção nas polícias da Cidade Maravilhosa é sobejamente conhecida e não é de hoje. O Rio chama a atenção pelo paradoxo de ter belezas naturais incríveis ao lado da miséria, chacinas e milícias.

Falamos da cocaína como se fosse a única vilã. Curioso é que ela foi sintetizada por volta de 1960. Até a década de 1950, era vendida quase que livremente nas farmácias para amenizar problemas pulmonares. Mas e as drogas sintéticas, pequenas pílulas fabricadas em fundo de quintal, analgésicos que causam dependência em pouco tempo, maconha poderosa que pode ser plantada em apartamento?  

Tem jeito? Desculpem a sinceridade e a crueza do que vou dizer, mas acho que não tem. Fogo morro acima e água morro abaixo ninguém segura.

Faculdade do Crime

Tudo está errado também no sistema prisional. Se um ET descesse aqui, voltaria ao seu planeta ao saber que os chefões  do crime organizado já estão presos e comandam tudo de dentro da cadeia.

O ET também voltaria correndo ao seu planeta de origem se soubesse que, nos presídios brasileiros, estupradores e assassinos convivem na mesma cela que ladrões de galinha.

Para encarar o pepino nacional o Brasil precisaria se um estadista de verdade. E não estou vendo nenhum até onde a vista alcança.

Outubro Rosa

A escritora e palestrante Fernanda Rosito lança seu segundo livro, desta vez voltado ao público infantil, durante a programação do Outubro Rosa, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A obra “O Suquinho da Mamãe” é um diálogo lúdico e emocionante entre a escritora e o seu filho Enzo, de 6 anos, que conta a trajetória de luta contra o câncer, narrada por ele.

Estude na Espanha

A 5ª Feira Estudar na Espanha, organizada em colaboração com a Embaixada da Espanha no Brasil e com o Sepie (Serviço Espanhol para Internacionalização da Educação), órgão do Ministério de Universidades da Espanha, irá reunir 11 universidades e instituições espanholas no Rio de Janeiro, no dia 25 de outubro/ no Instituto Cervantes e em Belo Horizonte,  26 no Hotel Mercure Belo Horizonte Lourdes.

Com ingresso gratuito, jovens estudantes, famílias e todo público interessado em estudar na Espanha poderão conversar diretamente com representantes das universidades participantes e conhecer uma ampla variedade de cursos de graduação, pós-graduação, doutorado, mestrado, profissionalizante, MBA e idioma espanhol ministrado pelo Instituto Cervantes. Inscrições no sitewww.feriaestudiarenespana.com/cadastro

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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