A mão do tempo
Felicidade, saudade, coração. Estas três palavras são facilmente encontráveis no cancioneiro popular de todos os tempos. Até na música erudita se transmutam em melodias.
Coração quebrado é uma lateralidade da palava-mãe. Cada uma delas pode ser acrescida de apêndices. Os americanos usam muito my broken haert, meu coração quebrado, por amores desfeitos, claro.
Na música brasileira, há toques de genialidade. Em algumas é apenas usada como rima pobre, atrocidades como “meu coração/Te ama de montão”. A elas, o esquecimento.
Não é o caso da bela letra, cujo título é o destas notas, de autoria de Tião Carreiro e Pardinho, dois expoentes da música caipira.
Que bom se a gente pudesse
Mudar o pensamento
E sepultar a saudade
Na noite do esquecimento
Os compositores Antônio Carlos Jobim e Luis Bonfá criaram esta joia, que diz:
A felicidade é como a pluma
Que vai voando sem parar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
Bonito, não é mesmo? O nosso Lupicínio Rodrigues criou a sua versão de felicidade:
Felicidade foi embora
E a saudade no meu peito ainda mora
Já o imortal Noel Rosa criou letra bem mais triste com o mesmo nome.
Eu fico triste
Quando vejo alguém contente
Tenho inveja dessa gente
Que não sabe o que é sofrer.
Tudo junto misturado, chegamos à conclusão que felicidade é difícil de encontrar e a saudade é difícil de desaparecer. A vida é uma sucessão de tristezas e tragédias. Com alguns breves momentos de alegria e de risadas. Não por acaso a Humanidade vive falando do Vale de Lágrimas.
« Abasteça seu caminhão na cozinha Caranguejos de aeroporto »