A historia como ela não é
Estou me sentindo cada vez mais marginalizado. Começa que as redes sociais, a cada postagem mesmo inocente, acorda as pessoas hostis. Nada presta, tudo é temperado com vinagre, o fel que vem do fígado dos que estão de mal com tudo.
Vejo amigos em grupos trocando vídeos e curtindo informações escancaradamente falsas. Depois eu que sou velho. Sinto cheiro de fake assim como urubu sente o de sangue a 1,5 km de distância. De vez em quando, surge alguém mais antenado e se dá conta e grita “é fake!”
Nenhum remorso, ninguém fica vermelho. E assim marcham para outra friagem navegando e compartilhando irresponsavelmente vídeos ou infos mais frios do que uma cédula de 30 reais. Para piorar, vivemos no mundo faz de conta, com avatares, vidas virtuais que substituem a de verdade e, em breve, a vida falsa será mais real que a real.
Eu me sinto miseravelmente sozinho.
Espanto
No futuro, os arqueologistas que estudarão usos e costumes dos brasileiros do século XXI, ficarão surpresos ao descobrir que eles pagavam uma grana para comprar uma calça rasgada.
Espanto em dobro
Os mesmos arqueologistas terão nova surpresa ao saber que seus ancestrais chamavam donos de cães de tutores.
Posto e nome
Quando se coloca em algum escrito o nome do dirigente, diretor ou presidente, é errado grafá-lo antes da entidade pública em questão. Assim diz a Constituição, quanto à impessoalidade. Eu não fiz o mundo, crianças, só vivo nele.