Galo de quartel

7 jan • A Vida como ela foiNenhum comentário em Galo de quartel

Como militar está na moda, até galo entrou na dança. Melhor dizendo, na marcha. Esse daí é a prova. Galo e galinha estão sempre na reta. Qualquer deslize, e lá vão eles para a panela ou para o espeto. É uma ave que decididamente nasceu para sofrer.

Quando bota ovo o dono do galinheiro o rouba. Só o ovo já confere à galinha a láurea de ave mais útil do mundo. O galo, coitado, mal consegue reproduzir a espécie. Ou vai para a panela ou canta, expressa naquela ridícula onomatopeia cocoricó.

Eu, se fosse galo, entrava com dano moral. Em dobro, se o cara cantar cocoricó e fazer aqueles gestos patéticos de simular o bater de asas com os braços.

Dizem que nos morros do Rio de Janeiro um canta, os demais só levantam a pata simulando o clássico polegar para cima. O passado desta dupla também não foi nada glorioso. Dizia-se que quando pobre comia galinha, um dos dois estava doente.

Pobre ave. Sempre marchando.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »