A conspiração do cardápio

27 maio • NotasNenhum comentário em A conspiração do cardápio

Foto: CanvaPró

Contam que os donos de restaurantes fizeram uma assembleia geral extraordinária para discutir como reduzir custos das refeições sem alarmar os gansos. Para tanto, trouxeram o consultor Kort Semdó para que desse umas dicas. Kort pegou o microfone.   

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– Olhem, não tem mistério. Primeiro vocês diminuem o tamanho das porções em geral, mas atenção: diminuam o tamanho dos pratos. Em segundo lugar, baixem a frequência de carne bovina, a qualidade da carne e entupam esse povo com frango e peixe barato, vindo não se sabe de onde. 

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Sinais de concordância na plateia.       

– Em seguida, aumentem o preço da refeição. Se alguém reclamar, diga que é a inflação.     

– Mas o cliente não vai reclamar? – perguntou um no fundo da sala.       

– Até vai, mas aí é que está a beleza do meu conselho. Todos vocês devem fazer o mesmo processo, menos comida por mais dinheiro.   

Esperou alguns segundos.       

– Consumidor brasileiro é bonzinho. Ele adora ser enganado. E se algum mais atrevido exagerar na reclamação, diga para ele comer no vizinho. 

Palmas gerais, salvo alguns que acharam que isso seria enganar o freguês.. E assim foi feito. Pagaram  Kort Semdó com criptomoedas.

Conspiração eleitoral

Os dirigentes político-partidários fizeram uma reunião para acertar as regras com a doutora Raposa Velha. Isso teria acontecido em algum ponto do passado, na década de 1990 ou pouco antes. Perguntaram para a velha e lustrosa senhora como todos poderiam ganhar, mesmo perdendo ou abrindo mão de candidaturas.       

– Lancem candidatos a presidente e governador dizendo que não abrem mão da cabeça de chapa e jurando que vão ter candidatura própria duela a quién duela, que tem compromisso com o povo…       

– O que é povo? – perguntou um deles.       

– Povo é um ser etéreo que só se menciona em ano eleitoral.        

– E se perdermos?        

– Barganhem cargos, salários e pontos com os ponteiros debaixo dos panos.

Lá de baixo um com voz bem fininha fez a pergunta       

– E nós, os miudinhos, que a imprensa chama de nanicos?       

– Tentem fazer a mesma coisa. Mas como são nanicos, é menos gente para repartir o fundo partidário.       

– E se, por milagre, um de nós vencer a eleição?       

-Preparem-se para engrossar seus quadros. Todos amam um vencedor. Preparem-se para mudar de partido, um dos grandes       

– Tá, e se as bases reclamaram?       

– Base não reclama, aceita ou cai de banda – falou a Raposa.        

– E como governo? afligiu-se o perguntador. 

– Não governe. Alguém fará isso por você..           

Conspiração do imposto

Especialista em aumentar impostos, o doutor Toke Taxes  Areveria foi consultado pelo governo como aumentar gastos sem cortar despesas.

– Aumentem os impostos.       

– Já aumentamos – falou um governista.       

– Aumentem até o contribuinte ficar roxo.       

– Já arroxamos – falou o técnico de novo.        

– Então diminuam o prazo de pagamento.       

– Já foi feito.       

– Então não tem remédio. Criem um novo. 

Até  vocês, brutos

A falta de qualificação é tamanha que atinge até o Crime S.A. Vigilantes e chefes de uma empresa de transporte de valores de Porto Alegre colaboraram com assaltantes de uma forma tão ostensiva que foram pegos. E a maior parte do dinheiro foi recuperada. Um deles fugiu para uma das ilhas do Delta do Jacuí, mas o GPS da tornozeleira eletrônica emitiu sinal da sua posição. Ora onde já se viu desconhecer esse fato…

Já nem se fazem mais batedores de carteira, porque exige destreza. A toda hora, lalaus são pegos por não cumprirem com as regras básicas do seu negócio, como deixar o localizador do celular, muito menos em desligar tudo e deixá-lo em outro lugar. Ora, isso é falta de qualificação, coisa em que somos especialistas. Assim não dá.  

Os profetas

Chuvas vão parar em maio, eles disseram em abril. Desse jeito vão errar até a chuva de ontem. Eu me sinto um palhaço das perdidas ilusões quando saio com guarda chuva e não chove. 

A falta que ele faz

Na terça-feira passada, foi o Dia do Detento. Não existe um dia da dívida. 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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