A civilização Jabba
De algum tempo para cá,dei para examinar as fotos antigas de veranistas do Litoral gaúcho nas décadas de 1920 até 1950. Observei que praticamente todos os homens retratados são magros e sem barriga, gordurinha só nos idosos e olhe lá. Magros, mas em boa forma física.
Já as mulheres eram mais cheinhas, como ditava a moda de então. Essa magreza aparente e a boa forma, acho eu, tem tudo a ver com o estilo de vida de então e com o que se comia e bebia. Começa que se trabalhava pra caramba braços e pernas, se comia comida de verdade e não fast-food.
Não tinham elevador, os vidros tinham que ser acionados manualmente, para mudar o dial do rádio tinha que levantar a bunda da cadeira, entre outras dezenas de tarefas que hoje são feitas com um apertar de botão. Além de acumular gordura – olhe só as silhuetas das adolescentes. Aos poucos, o homem deixa seus membros atrofiarem.
Não conseguimos mais mexer as orelhas para ouvir predadores chegando e o nariz para sentir cheiros mesmos só em conjunto com a boca. Até o sexo poderá ser virtual, como naquele filme da Jane Fonda, Barbarella. Imagina a quebradeira das fábricas de camisinhas.
No futuro, seremos como o Jabba Thehutt, do filme Guerra nas Estrelas. Uma enorme massa de gordura que não consegue nem mesmo se mover. Isso me dói particularmente, porque, com os dedos atrofiados, não teremos mais pianistas só para começar o relato da tragédia. Ninguém mais tocará as Variações Goldberg de Bach como Glenn Gould, nem o boogie woogie como Johan Blohm.
Sim, teremos robôs. Mas robôs não têm alma, vocês sabem.
Depende
Dados coletados através de uma pesquisa feita pela Universidade do Arizona, revela que dormir acompanhado melhora o sono, o estresse e a ansiedade. Pode ser, mas depende de quem dorme junto. Pode até piorar.