O maxilar emperrado
O plantonista de um pronto-socorro é chamado pela enfermeira para tratar de um paciente estranho. Ele simplesmente não consegue fechar a boca, na realidade, pior que isso. O queixo está quase encostando no gogó, e sua aflição é enorme. Ele escreve um bilhete dizendo que emperrou o maxilar. O doutor logo vê que ele deslocou o maxilar, que não volta à posição original. Pega o rosto do cara e, com jeitinho, vai movendo para cima e para baixo até que, ufa!, o paciente consegue finalmente fechar o bocão.
– Doutor, o senhor não sabe o alívio que sinto. Estava assim há mais de hora, uma coisa horrorosa! É para ver o que dá uma roda de boteco.
O médico ficou curioso.
– Como assim, roda de bar?
Movendo o maxilar inferior para recuperar plenamente o controle, ele conta.
– Foi uma piada. A piada era tão boa, e o cara sabia contar tão bem, que desandei a rir. Ri tanto que desloquei o maxilar.
– Interessante. Deve ter sido uma piada realmente boa para dar esse efeito. Eu gosto de piadas. Qual era?
O cara contou. O médico riu tanto que alguma coisa também emperrou no maxilar e ele não conseguiu mais fechar a boca. Aflito, correu pelos corredores procurando um colega.