Ainda não comemos carne de cavalo podre
Quando o Brasil entrava em uma fase turbulenta, meu pai, que nasceu na Alemanha, sempre dizia que nós jornalistas usávamos demais a palavra crise. Crise, dizia, é comer carne de cavalo morto quase podre. Crise é quando se precisa ferver solas de sapatos ou botas, por horas, para extrair alguns gramas de proteína.
Não falava em vão. Ele lutou na I Guerra Mundial – eu disse primeira – a bordo de um caça-minas da Marinha Imperial alemã. Quando terminou a guerra e voltou para casa, foi essa a realidade que viu. Por isso, veio para o Brasil.
Desta vez, vivemos uma crise de fato. Mas ainda não comemos carne de cavalo podre.
« Diário da peste Boato não é fato. Afinal, contra fatos não há argumentos! »