Mordida, instituição nacional
Se algum dia for feito o histórico de mordidas que se leva de tudo quanto é canto, é preciso separar em dois tempos, o antes e depois de um determinado ponto nos últimos anos, que chamarei marco regulatório. Tirando os mendigos na época, o grosso vinha no período natalino. Depois a instituição de aliviar o bolso alheio prosperou e passou a ser 12 meses por ano, sete dias por semana, e até mesmo fora do horário comercial.
Nem falo do pessoal mais próximo, faxineira, porteiro, zelador, meio que obrigação, mas a mordida foi se ampliando. Funcionários do estacionamento, frentistas além de perfeitos desconhecidos que juram ter ajudado você com seus serviços.
Para dizer a verdade, vivo em sobressalto. Não bastasse o flanelinha, o mendigo da esquina, o guri que tenta fazer malabarismo com bolas de borracha, todo mundo quer ver você definitivamente pobre.
Será que isso também é coisa do Antonio Gramsci?