• Tristeza de jeca

    Publicado por: • 13 dez • Publicado em: Notas

     Um colega de redação do JC me contou, com entusiasmado, que fez uma baita compra de móveis de Gramado, especialmente guarda-roupa e armários. Cada vez que alguém me conta de compras assim fico triste. Por mais que eu queira e mesmo acertando na Mega, não posso comprá-los. Os meus são embutidos.

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  • Férias de dezembro

    Publicado por: • 13 dez • Publicado em: Notas

     Todo dezembro é a mesma coisa: correria, estresse, trânsito complicado e nervoso, falta de vagas em estacionamentos, gente esbarrando entre si ou golpeado pelos pacotes de compras natalinas, jantares de confraternização que, não raro, descambam para mal-entendidos ou desabrochar de rixas latentes, gente conhecida e desconhecida mordendo, amigo-secreto, geralmente chatos, salvo para os que nasceram ontem. Dezembro é um mês infernal. Próprio para tirar férias.

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  • O Rei da Rua A

    Publicado por: • 12 dez • Publicado em: Caso do Dia

     Na história da humanidade, sabemos quem inventou o primeiro computador (mecânico), ainda no século XVII, sabemos que inventou o avião, o balão, a imprensa, o telégrafo, telefone e um sem-número de outras engenhocas sem as quais não poderíamos viver hoje em dia. Ninguém lembra quem inventou o alfinete de segurança (Walter Hunt Martinsburg, no século XVIII), o relógio mecânico (Yi Xing, um monge budista chinês, em 725 d.C), mas ninguém sabe ao certo quem criou o cinto com furos. Nem vou entrar na seara dos que passaram para a história como pais da criança porque roubaram a ideia de outros.

     Existem centenas e até milhares de engenhocas úteis cujo pai é desconhecido. O dedal, por exemplo. Quem terá sido o primeiro costureiro ou costureira a criá-lo, cansado de furar seus dedos com a agulha? Alguns, evidentemente, foram fruto de combustão espontânea e pipocaram ao mesmo tempo ou época em vários lugares do mundo.

     Então, mais que nunca, precisamos erguer uma estátua em homenagem ao Inventor Desconhecido. Rendo minhas homenagens a dois, o primeiro dono de restaurante que somou 2+2 e achou por bem deixar fregueses e até implorar que levassem as sobras da refeição para casa, tirando dele o pesado fardo logístico e de mão de obra para descartar as sobras. Outro gênio foi o que vislumbrou que lixo não é lixo, lixo é dinheiro.

     Estátuas para eles, e não nome de rua de subúrbio pobre que antes chamava-se Rua A. Honra como esta é dispensável. Nem é honra, aliás. É quase desprezo.

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  • A visita

    Publicado por: • 12 dez • Publicado em: A Vida como ela foi

     Da série CG (curto e grosso): amigo meu, empresário já falecido, tinha uma cara de bonachão e era praticamente incapaz de dizer não. Provavelmente foi a causa da sua ruína financeira. Poucos anos antes de morrer, estava conversando com ele no seu escritório quando assoma à porta um conhecido comum:

     – Posso ter um particular contigo?

     Eu já ia me levantando para sair da sala quando ele me fez parar. E com voz grave assim respondeu ao visitante.

     – Não precisa. Se é para me contar que sou corno perdeu a viagem porque isso eu já sei. E se veio me pedir dinheiro pode dar meia volta e se manda!

     O sujeito ficou no umbral da porta por alguns segundos, depois de meia volta e foi embora sem dizer palavra. Nunca saberei em qual dos dois casos o assunto se enquadrava.

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  • Vem fácil, vai fácil.

    • Provérbio russo •