• Profecia

    Publicado por: • 19 out • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O mesmo Jânio Quadros da Frase do Dia disse certa vez que o descalabro das finanças gera o descalabro administrativo. Ele falava do Brasil. O ex-presidente, que ganhou meu primeiro voto, pode ser acusado de várias coisas, mas não de ser burro. O que hoje chamamos de crise fiscal e a inoperância dessa monstruosa máquina, que tudo engole e nada devolve, já era pressentido por ele em 1961, vejam só.

    O indigesto pepino

    Essa tarefa, de resolver a crise fiscal primeiro é o pepino que deverá ser digerido pelo futuro presidente. Há vários cálculos atuariais indicando que, sem a reforma fiscal, o dinheiro do contribuinte não poderá mais custear a máquina pública em 2022. Ou seja, dentro de 12 anos.

    No money

    Quer dizer o seguinte. Não haverá mais dinheiro nem para pagar o funcionalismo, nem pagamento de fornecedores, nem o repasse pra o Judiciário e Legislativo. Para tudo. Marchamos alegremente para a quebradeira total. E é aí que eu fico pasmo, se ainda pudesse ficar, com a posição de entidades como a CNBB, que são contra o teto de gastos do governo laboriosamente acordado com o Congresso.

    A debandada

    A Igreja Católica, principalmente a brasileira, navega em um mar de irresponsabilidades, fruto de sua teologia voltada para a esquerda por convicção e para deixar de perder fiéis. A distinção que me lê deve saber o mar de rebanhos que a Igreja Católica perdeu para outras religiões e seitas.

    Startups

    Quem está envolvido com essas empresas, a meu ver um dos mais formidáveis avanços para desenvolver a economia e criar megaempresários, pode usar o espaço deste blog, que publicará todo o material desejado de forma gratuita e sem ônus.

    Publicado por: Nenhum comentário em Profecia

  • Usos & Costumes

    Publicado por: • 19 out • Publicado em: Usos & Costumes

    De mal a pior

    O jornal impresso ou virtual que lemos de manhã cedo está enfrentando uma crise medonha no Brasil. Não passa dia sem que não venha a má notícia de demissões no mundo do jornalismo. O site Jornalistas&Cia publicou matéria sobre o corte que a Infoglobo fez em seu pessoal. Isso significa cortes na Editoria Globo, Extra e Valor Econômico. O número de demitidos é controverso, mas não vem ao caso. O que conta é a tendência, que é alarmante.

    O dinheiro não se multiplica

    Aqui no Sul, vocês sabem, é pior ainda do que no Sudeste. Os custos aumentaram e a receita publicitária caiu, e aí existe um detalhe junto à crise. Além da queda de anúncios, o dinheiro não se multiplica. Quer dizer que surgiram novas plataformas – e ainda vão surgindo – para disputar o dinheiro do anunciante. O pior é que elas custam caro, ao contrário da lenda.

    O fim de uma era

    O anúncio clássico vai terminando. Promoções, conteúdo editorial e outras modernidades absorvem mais verba publicitária do que se imagina. E tem a questão dos smartphones, tablets ou computadores de mesa. Um pequeno negócio não precisa mais usar uma agência de propaganda. Dou um exemplo: uma conhecida que vende roupas faz o seu “anúncio” na web usando sua filha como modelo. Tirou dinheiro do redator, do fotógrafo, do diretor de arte e de criação, do contato e até do boy da agência.

    Pequenos, porém ineficazes

    Funciona? Em alguns casos sim, mas o fato é que esse tipo de empresário acha que funciona. Ele ou ela nunca saberão se usando os serviços de uma agência clássica as vendas seriam maiores. Ele não arrisca ou não tem dinheiro, ponto.

    Gênios de araque

    De certa forma, voltamos aos anos 1960, em que os empresários usavam os filhos gênios entre aspas que escreviam muito bem, a filha ou o genro que sabe tudo de layout. Pra quê agência, não é mesmo?

    Estranho mundo

    Tudo isso para dizer que tenho medo do futuro do negócio Comunicação. Ela existirá sob outra forma, mas esse será um mundo que não é o meu. Fiz a minha parte e continuo fazendo até o dia em que não precisarei mais usar meu plano de saúde.

    Publicado por: Nenhum comentário em Usos & Costumes

  • O Interior salvará o Brasil, e se ele não salvar, nada o salvará.

    • Jânio Quadros •

  • Distrito Erótico da Cristóvão (final)

    Publicado por: • 19 out • Publicado em: A Vida como ela foi

    Ontem falei sobre o Waldemar, nome genérico do dono, casa noturna localizada do lado esquerdo no início da rua Cristóvão Colombo no sentido bairro-centro, já perto da Barros Cassal. Do outro lado da rua, havia três casas, a Nega Teresa, o Isidoro e, mais abaixo, perto do posto de combustíveis, o Sans Chiqué ou Chiquê, cujo dono atendia pelo apelido de Dezoito. Esta era uma casa mais escancarada de garotas de programa, mas no sentido de bico. Ou meio expediente, como queiram.

    Boa parte das garotas tinha empregos formais, certinhos, carteira assinada e FGTS, mas complementavam a renda com o dinheiro dos programas. Não era o cabaré clássico dos anos 1960, pista de dança de rosto colado e música na base de boleros e de dor de cotovelo.

    A diferença fundamental entre os cabarés antigos e essa fornada dos anos 1970 é que nestes você podia ir como num bar comum. Nenhuma mulher pularia no seu pescoço. Executivos até preferiam essas casas para discutir negócios em um ambiente mais relaxado. Soa estranho, mas era isso mesmo.

    A Nega Teresa, pequeno como o Isidoro, era de propriedade de dois espanhóis. O Isidoro, bem, o Isidoro tinha uma casa minúscula que nos anos 1960 abrigava um dos melhores bares que conheci, o Bob’s Bar, Cristóvão Colombo, 36. Nunca mais comi um bolinho de peixe à milanesa envolto em molho remolhado dos deuses como o do seu Roberto.

    Meninos, eu vivi.

    Publicado por: Nenhum comentário em Distrito Erótico da Cristóvão (final)

  • Quem é o candidato aqui?

    Publicado por: • 18 out • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Jair Bolsonaro está aparecendo mais do que o próprio Fernando Haddad nos comerciais do PT. A frase é do jornalista Flávio Dutra. E faz sentido. Mania da política brasileira de atacar mais o adversário do que vender seu peixe.

    É recebendo que se dá

    O barraco do momento é travado entre os Gomes Brothers e o PT. Como é sabido, o candidato derrotado do PDT já falou cobras e lagartos do Partido dos Trabalhadores, lembrando que, na hora de pedir apoio e votos, os caras da estrelinha vermelha chegam na mesa eleitoral mais humildes que monge beneditino. Na hora da vitória, o máximo que dão é carguinhos para os fiéis aliados. Participar com seu programa, ganhando ministérios de peso nem pensar.

    O de sempre

    Esse é o comportamento usual do partido de Lula. Sempre foi assim. Na eleição de 2014, quando eu era comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, em Porto Alegre, entrevistamos Beto Albuqueque, liderança história do PSB. No intervalo, lembrei a ele que, em 2010, ele aliançou com o PT e não levou nada. Desta vez, garantiu Beto, fim da parceria que nunca existiu, por sinal. Assim foi com todos, incluindo partidos de esquerda.

    Muy amigo

    Para se entender a bronca dos Gomes Brothers com os estrelados, reproduzo o comentário do jornalista Carlos Brickmann no seu blog Chumbo Gordo com este título:

    “Quando pediu o apoio de Ciro Gomes (e de seu irmão, Cid), o PT não se lembrou de um pequeno detalhe: na ausência de Lula, preso e inelegível, Ciro propôs uma chapa única dos partidos que apoiaram Dilma, tendo-o como candidato à Presidência e Fernando Haddad (ou Jaques Wagner) como vice.

    Lula vetou a ideia, por dois motivos: primeiro, porque queria fazer o papel de perseguido político, tentando, sem êxito, diante da pressão da burguesia e “duzianqui”, sair como presidente; segundo, porque dar a Ciro a cabeça de chapa equivaleria a colocá-lo no comando geral da esquerda.

    Lula sabotou Ciro ao máximo. Desistiu até de seu candidato ao Governo de Pernambuco para apoiar o socialista Paulo Câmara, para evitar o apoio do PSB a Ciro. No fim de tudo, pediu o apoio dos Gomes a Haddad. Conseguiu.

    Mas Ciro viajou e Cid é que vai aos comícios do PT. Horror!”

    Parágrafo único

    Sobre brigas de partidos às vésperas de eleição, lembro que é muito comum que briguinhas e barracos virem juras de amor se o partido que se julga ofendido vislumbrar chance de vitória do candidato. E a portas fechadas se reunirão com ele para barganhar cargos na administração direta e estatais. O programa? Mas que programa?

    R$ 3,3 bilhões (dinheiro público, ou melhor, nosso)

    Os candidatos puseram algum dinheiro deles, mas nada excessivo: no total, uns R$ 700 milhões. MDB, PT e PSDB foram os maiores beneficiários de dinheiro público: R$ 616,5 milhões, no total.

    Publicado por: Nenhum comentário em Quem é o candidato aqui?