• A cada volta que dava, deixava pedaços de corações.

    • Cuesta Abajo, tango •

  • A.C – D.C (1 DE 2)

    Publicado por: • 27 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    As boates pudicas, semipudicas e devassas têm um marco regulatório bem definido: antes e depois do aparecimento dos celulares e smartphones. Daí o título acima. O auge desses locais de encontro para dançar, azarar ou simplesmente beber e curtir foi até os primeiros anos da década de 1980. Algumas hoje chamaríamos de danceterias, e as melhores eram frequentadas pela grã-finagem real ou aquela metida a besta. E como Porto Alegre era pródiga neste segundo público.

    De qualquer forma, gastava-se bem e pendurava-se bem a conta. Conheci donos de boates que nem mesmo corriam atrás dos devedores. Como parte das bebidas destiladas – uísque, a bebida da moda – inevitavelmente era falsificada, os que pagavam cobriam os que não pagavam. Às vezes, vinha assim do “atacado”, às vezes era produção artesanal. Conheci um cara que morava em uma cidade-dormitório perto de Porto Alegre que falsificava um legítimo Joãozinho Caminhante de idade avançada.

    Tudo que acontecia nas noites e madrugadas era abafado pela escuridão regada a luz negra ou estroboscópica. Pecados mortais se transformavam em efêmeros vagalumes de pecadilhos menores. Como na época Porto Alegre tinha poucos motéis, e todos ficavam longe, produziram a máxima “se meu Fusca falasse”. Carro não fala e não tinha detetive de grampo a preço razoável para a plebe ignara. Então, na manhã seguinte, um lava-rápido evaporava os rastros leitosos do crime perfeito.

    Então veio o progresso.

    (Continua amanhã)

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  • Furto líquido

    Publicado por: • 27 maio • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    sabão liquido

    Vamos deixar o politicamente correto, esse abrigo de hipocrisia e falsas convicções, e vamos falar de gatunagem. Vou inverter a ordem do progresso: como vocês queriam que os homens públicos não metessem a mão, se a camada de baixo furta até sabão líquido, obrigando a turma da limpeza a colocar cadeado para evitar o prejuízo?

     AS LEIS, ORA AS LEIS…

    Pela última contagem, o Brasil tem entre 300 e 400 mil leis, portarias, resoluções e outros diplomas legais. Já o Rio Grande do Sul tem mais precisão, temos em torno de 10,8 leis ordinárias aprovadas pela Assembleia Legislativa. Boa parte está defasada, equivocada ou é apenas inútil, quando não de difícil fiscalização. Um grupo de 20 parlamentares gaúchos liderados deputado estadual Giuseppe Riesgo (Novo) se propõem a enxugar o estoque.

    LÁ VEM A PEDRA DE NOVO

    Olhem, já acompanhei seis ou sete tentativas de parlamentares para secar essas inutilidades, mas, no fim, a burocracia e as leis criadas todo santo dia tornam a tarefa um trabalho de Sisifo, aquele grego dos antigamentes que foi condenado a rolar uma pesada pedra até o alto de montanha para vê-la rolar de volta antes do trabalho findar.

    A SUPERLEI

    Não adianta. Passou o desinfetante para logo em seguida a imagem microscópica mostra germens se multiplicando em espantosa velocidade, duas, quatro, oito, 15, 32, 64, 128 até chegar a milhões em minutos se tanto. Passou desinfetante, mas em seguida a colônia se multiplica. Assim caminha o Brasil. Leis são mais resistentes a antibióticos de enxugamento que as superbactérias.

    ENTREMENTES…

    Como é grande o número de pessoas “normais” que gostam de assistir vídeos de pegadinhas em que as pessoas se machucam de verdade – vide o programa do Faustão – ou morrem em acidentes de avião em circunstâncias terríveis, de extremo sofrimento. Por que elas fazem isso? Por sadismo?

    EU FORA

    Acho que foi o filósofo luso-brasileiro Fabiano de Abreu que deu uma explicação interessante. Gostamos de assistir essas tragédias horripilantes só para nos confortar, como a dizer “ainda bem que eu não estava nesse avião”. No popular, no dos outros é refresco. No caso das pegadinhas, pode ser catarse ou, pelo menos em parte, é estágio probatório para sádicos. Melhor ainda, trainees.

    O FEIO QUE É BONITO

    carpinejar foto Betrand Brasil Divulgação

    Gosto do jornalista, escritor e mais um monte de coisas Fabrício Carpinejar. Nasceu feio, viveu feio mas soube como ninguém transformar limão em limonada. Imagino o que ele sofreu quando criança, coisa que ele aborda hoje sem sofrer de novo embora não o faça gargalhar, óbvio. Mas passou. Como sabido é, as lembranças de tempos felizes não nos tornam felizes ao revivê-los, mas lembranças de fatos tristes e momentos ruins têm a capacidade de se transportar no tempo. Alguma coisa saiu errado no laboratório da sofrida mente humana.

    EM DEFESA DA MONOGAMIA

    Digo tudo isso dele porque o prolífico escritor e mais um monte de coisas boas lança seu novo livro “Minha esposa tem a senha do meu celular” (Ed. Bertrand Brasil). Em suma, é um manifesto em favor da relação fechada, dedicando-se a mostrar as maravilhas da lealdade e da intimidade. “Você e seu avatar continuam sendo o mesmo sujeito com a aliança no dedo”, defende.

    Está aí um cara que rema contra a corrente e, por ser careta, na realidade é um revolucionário das relações conjugais. Eu não falei que o cara é bom?

    FUNDO DE GARRAFA

    Como assinante da Zero Hora tenho o direito de perguntar por que cargas d’água o jornal insiste em colocar na versão virtual os nomes de protagonistas da matéria em cor amarelo desmaiado? É para não identificar os caras, é isso? E na coluna social fazem o mesmo nas fotos-legenda, letras vermelhas em fundo idem. E como o registro não é lá essas coisas, é a mesma coisa que um leitor usar óculos fundo de garrafa que ele não necessita. No fundo, é a ditadura da moldura em detrimento do conteúdo.

    DIREITO DE FAMÍLIA

    Nesta terça-feira, o advogado Jamil Bannura irá proferir palestra no Grupo de Estudos de Direito de Família do IARGS, a partir das 12h, sobre o tema “Sucessão na comunhão parcial de bens”. Entrada aberta ao público.

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  • Restam-nos hoje, no silêncio hostil, o mar universal e a saudade.

    • Fernando Pessoa •

  • Os prefeitos se mexem

    Publicado por: • 26 maio • Publicado em: Caso do Dia

    Os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) discutiram, na quinta-feira (23), as novas atas de registro de preço para compras coletivas. No processo licitatório, serão acrescidos objetos para sinalização viária, infraestrutura para eventos e software de gestão patrimonial. O presidente da instituição, Miki Breier, destaca a necessidade das ofertas estarem conectadas com a realidade das cidades. “Temos o intuito de melhorar as entregas e reduzir os custos”, explica.

    Na assembleia, também foram apresentados dois novos serviços: “Granpal Responde” e “Agenda Granpal”. O primeiro servirá para buscar respostas e alinhar convênios entre instituições e prefeituras – o que já saiu do papel em pautas de proteção animal e Defesa Civil. O segundo consiste em trazer fornecedores de interesse coletivo à entidade para apresentar novas soluções aos governos.

    O diretor-executivo José Luis Barbosa expôs o balancete financeiro e as parcerias firmadas nos últimos 40 dias. As escolas de gestão da Famurs, da Assembleia Legislativa e da Saúde Pública do Estado já assinaram termo de cooperação com a Granpal. “Quando as turmas – de qualquer curso – não estiverem com o quadro completo, os funcionários das nossas prefeituras poderão completá-las”, explica Barbosa. Os auditores fiscais de Cachoeirinha e a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento do RS também estão dispostos a cooperar com as cidades através de informação e ajuda técnica.

    Representação em Brasília

    É consensual a visão entre os prefeitos de que a instituição precisa de uma representação em Brasília. “O ideal é que tenhamos alguém que acompanhe os ministérios diariamente e faça andar com mais celeridade nossas demandas”, afirma o prefeito Leonardo Pascoal, de Esteio. Na mesma linha pensa o prefeito Daiçon Maciel, de Santo Antônio da Patrulha: “Esse trabalho é de fundamental importância e refletirá em conquistas para as cidades”, defendeu. A instituição evoluirá na contratação nas próximas semanas.

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