O Príncipe eterno
Quando as passagens aéreas ainda eram inacessíveis para o mortal comum, os que juntavam dinheiro e iam para a Europa ou outro continente voltavam com dúzias de slides embutidos nos tubinhos de plástico, ou batiam fotos. Quando visitavam amigos ou conhecidos, sacavam rapidamente da bolsa slides ou fotos e passavam uma hora ou mais mostrando a Torre Eiffel, por exemplo – conheço-a melhor do que muitos parisienses.
O pior é que você tinha que dizer “que lindo!”, “nossa!” ou a moda de hoje “uau!”, repe
tido por 11 entre 10 norte-americanas quando entram numa casa ou cozinha bonita. Então me assomou uma passagem do livro O Leopardo, de Tomasi Di Lampedusa, em que o Príncipe de Falconeri diz tudo tem que mudar para continuar a mesma coisa.
Pois mudou para não mudar. Os slides de então hoje são as fotos e imagens que você recebe às mapas pelo whats e querem que você ache graça de todas.