Governo, eu não te aguento!
Qualquer um. Cada vez mais se ouve gente dizendo que está porrrr aqui com o governo nos vários níveis. Por um motivo bem simples: imediatamente a palavra “governo” é associada a impostos altos e ineficiência, ao molho de burocracia. É um prato indigesto. Depois de uma eternidade pagando pecados que não cometeu, começa a enfarar.
O CUSTO MAIOR
Entre tantas outras manifestações de desagrado, o empresário, especialmente o pequeno e médio, não arrola mais seus custos como “água, luz, condomínio, impostos municipais, estaduais e federais”. Ele substituiu por “governo”, qualquer um, com poucas exceções.
O MACACO TÁ CERTO
O terceiro presidente americano Thomas Jefferson já dizia: só existem duas coisas certas no mundo, a morte e os impostos. A morte, a ciência vem conseguindo adiar. Mas os impostos são cada vez mais pesados. Reforma tributária? Quá, como diria o Pato Donald. Apontem um que aceite reduzir sua fatia no bolo. Pelo menos temos realistas, como o Paulo Guedes, quando diz que pelo menos eles deveriam ser mais racionais e menos burocráticos.
QUERIDA, ENCOLHI A ENERGIA
Há alguns anos, alguém fez um estudo sobre o que chega ao destino final dos diversos impostos do governo federal. Concluiu que, de cada R$ 100 arrecadados, apenas R$ 12 chegam na ponta de lá. O resto fica no caminho. Dá para dizer, sem ofender a categoria, que o caminho está cheio de “despachantes” com outros nomes e profissões. É como uma linha de alta voltagem que vai perdendo energia ao longo do caminho.
FOCO NO VERBO
Há um detalhe na pesquisa da Datafolha, quando explica que, diante das frases proferidas pelo Capitão ao longo dos meses, 70% dos entrevistados manifestaram seu desagrado, pelo que depreendi. OK, mas isso não é pesquisa, é assestar o holofote em um alvo que sabidamente é o calcanhar de Aquiles do presidente. Claro, o instituto não baseou seu trabalho de campo neste item em particular.
OS VANGUARISTAS
Vi um documentário francês sobre o empreendedorismo na China que me deixou boquiaberto. Grupos poderosos como o Alibaba – 0de vendas pela internet – enviam agentes para os confins do país para ensinar os camponeses como usar o celular para fazer compras sem precisar de loja física. E se eles não sabem digitar e nem têm instrução para escrever, sem problema: é só mandar mensagem de áudio. Além disso, ensinam essa gente a abrir uma empresa usando apenas o smartphone.
POR ISSO…
…compras pela internet representam 25% do volume de vendas na China, contra 7% no Brasil. Mas foi o lado do empreendedorismo ensinado que me tocou mais.
OU VAI OU RACHA
A tentativa de renovação do comando do PMDB nacional com a senadora Simone Tebet na proa do barco, é uma jogada do ex-senador Pedro Simon, que nunca escondeu seu desconforto com os descaminhos da histórica sigla. A questão é que estes personagens que levaram o MDB ao desprestígio são como cracas grudadas no casco dos navios. Só uma limpeza completa resolve.