Diário da peste

14 abr • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Diário da peste

QUANDO eu digo que está no DNA da nossa profissão causar mais alarme que dar boas notícias tem quem ache que exagero. Com 54 anos de profissão e pelo menos 30 de colunismo, sem falar em incursões na TV e rádio, posso dizer que reconheço o cego dormindo e o rengo sentado.

Imagem: Freepik

POIS vejam essa. Um site da jornal colocou chamada dizendo que Nova Iorque já tem 10.056 mortes, mas deixa em segundo plano a declaração do prefeito sugerindo que o pior pode estar passando, mas a população precisa colaborar.

SÃO duas informações importantes e da mesma grandeza. Qual delas é alçada para a chamada principal? Ora, a má notícia, é claro. E talvez fosse mais importante alçar para a chamada o fato de que o pior pode estar passando. Mas não. O alarme tem preferência.

POR mais que os atores, os jornalistas seguem, porque estão no miolo do caso, é assim que funciona. É assim que funciona. Às vezes, não é nem intencional, é como soldado, é treinado para dar tiro mesmo em tempos de paz.

BUSINESS usual. Fui ao Centro de Porto Alegre e vi  poucas pessoas na Rua da Praia, o que é natural. Porém vi um homem sanduíche de “compro ouro”. Como o metal está muito valorizado e atentando-se para o fato de que esse é um segmento controlado por poucos, e óbvio que o metal está subindo de preço. Estivesse em baixa, os donos do campinho não mandaria a rapaziada para comprar.

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PODE-SE não gostar do médico e ex-ministro ministro Osmar Terra, que é contrario ao isolamento horizontal, mas ele acertou na mosca ao dizer que isolamento total não é problema tão grande para quem está com a geladeira cheia.

RECÉM agora o coronavírus está atacando a periferia. Por isso que  há relativa folga de leitos e UTI’s nos hospitais de Porto Alegre. Até domingo às 21h a Santa Casa não tinha ninguém na UTI e apenas quatro pessoas estavam internadas no Pavilhão Pereira Filho, especialmente preparado para os contaminados pela covid-19. Claro que vão aumentar  os casos, mas não faz mal dar um refresco para quem acha que os hospitais estão botando doentes pelo ladrão.

Pensamento do Dias

Pandemia = pandemônio

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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