A era do terrorismo
Não só o terrorismo clássico, tipo Estado Islâmico e grupos fundamentalistas. Vivemos a era do terrorismo diário. Qualquer site de jornal dedica pelo menos dois terços a desastres iminentes. Xis brasileiros em cada dez terão algum tipo de câncer em breve; comer proteína animal pode causar enfarto; carne de galinha pode ter hormônio; hortigranjeiros usam venenos residuais; para ficar o cálcio no organismo precisa tomar sol, mas quem tomar sol pode ter melanoma; a gripe aviária não demora e vai matar dezenas de zilhões; e superbactérias podem causar catástrofe mundial.
Enfim, tudo está envenenado, faz mal ou pode matar. Como se já não bastasse a morte, estamos a morrer várias vezes antes da última. Como já dizia um veterano jornalista nos tempos da velha Caldas Júnior, a função do jornal é alarmar o povo.
A era dos caminhoneiros
Também se enquadra na categoria terrorismo, mas o real. Como é que pode uma Nação continental ser refém de caminhoneiro? Levaria um sociólogo galáctico à loucura. E como podem dar tiros e atirar pedras em carros comuns que passam pelos bloqueios de suas excelências nas rodovias e ficar por isso mesmo – levaria-o ao suicídio.
Onde está a cavalaria?
É por essas e outras que o povão quer ação do Exército nas ruas. É a única solução para ele, mesmo que a tarefa constitucional das Forças Armadas não seja essa. O que o povo quer é a cavalaria em ação. Quer um xerife com amplos poderes no melhor estilo dos filmes bangue-bangue dos anos 1950, nem que seja pago pela cidade refém dos bandidos.
Foi mal
Muitos parlamentares foram às redes sociais apoiar a greve dos caminhoneiros. Acham que ficar de bem com essa turma em ano eleitoral traz votos. Ledo engano. São 300 mil em todo o Brasil. Elegem um deputado federal e meio, e olhe lá. E na contramão, uma população farta de buscar leite e pão em supermercado e encontrar a gôndola vazia.
Filosofia orelhão
Brasília demora mais a reagir que bicho-preguiça subindo uma árvore. E quando reage, quase sempre reage mal. É ficha presa como nos orelhões sobreviventes. É exasperante.
Ironia
Há um trágico engano no movimento feminista no quesito se igualar com os homens, mercado de trabalho à parte. Em toda a história da humanidade a mulher sempre teve o comando.
Certezas
Cálculo de Km/litro de computador de bordo de carro é igual a termômetro de Gramado. Marca sempre a menos que o indicado.
Comerciais antigos
Eram toscos, é verdade, mas era o que a tecnologia oferecia na época. E eram ingênuos, como nós e o Brasil. Veja: aqui.
Jornal do Comércio
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