Viciados em governo
Na década de 1990, o Estado de São Paulo, o Estadão, se rebelou contra essa subserviência. Em editorial, vestiu essa carapuça e prometeu usar dele só o necessário e focar mais no mundo à sua volta, o mundo real. Durou alguns meses, se tanto. Hoje, mais do que nunca a mídia, TV incluída, vive de governo. Não raro, até financeiramente.
Batendo a tecla que os jornais não estão dando ao leitor o que ele teria interesse em ler, soma-se mais esta incongruência. Quem redige a matéria não é quem faz os títulos internos, e quem faz a manchete ou chamadas de capa é um terceiro profissional. Então é relativamente comum a matéria divergir do título.
O Jornal da Tarde vive!
Os jornais são escravos da diagramação. A manchete/título tem que ter tantos toques quanto estipulados por ela. Quem tentou escapar dessa tirania foi o falecido Jornal da Tarde, também dos Mesquita. A redação mandava o título/manchete e a diagramação que se virasse. Infelizmente, o JT faleceu muito cedo. Está na hora de ressuscitar a fórmula.
Feijão mexicano
A Globo, mais precisamente a Globoplay, comprou um lote de novelas mexicanas. Parece que melhoraram, precisa ver. Nos anos 1960, eram chamadas de dramalhão mexicano. Seja como for, a Vênus Platinada aperta mais o cinto e meio que desiste de produção própria, afora o arroz com feijão.
Boca entaipada
Desde ontem 12 linhas de ônibus de Porto Alegre não têm mais cobrador de ônibus a bordo. O motorista vai ter que se desdobrar entre o dirigir, pegar dinheiro e dar troco, dar explicação para passageiros e fiscalizar os cartões Tri que passam pela roleta, sem falar no subir e descer de cadeirantes. Como dizia o povão, boca muito entaipada.