Viciados em governo 

16 fev • Sem categoriaNenhum comentário em Viciados em governo 

Os jornais, incluindo os jornalões, são assessores de imprensa dos governos. Quando o governo para, como nos feriados e fins de semana, eles não têm assunto. Então só sobra o rescaldo da semana anterior e ensaios de  futurologia sobre a posterior. Aí surgem as famosas matérias de gaveta, reportagens já feitas para servir como estepe caso falte assunto. Ou então tudo sobre a China e, às vezes, sobre a esquina.

Na década de 1990, o Estado de São Paulo, o Estadão, se rebelou contra essa subserviência. Em editorial, vestiu essa carapuça e prometeu usar dele só o necessário e focar mais no mundo à sua volta, o mundo real. Durou alguns meses, se tanto. Hoje, mais do que nunca a mídia, TV incluída, vive de governo. Não raro, até financeiramente.

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Batendo a tecla que os jornais não estão dando ao leitor o que ele teria interesse em ler, soma-se mais esta incongruência. Quem redige a matéria não é quem faz os títulos internos, e quem faz a manchete ou chamadas de capa é um terceiro profissional. Então é relativamente comum a matéria divergir do título.

O Jornal da Tarde vive!

Os jornais são escravos da diagramação. A manchete/título tem que ter tantos toques quanto estipulados por ela. Quem tentou escapar dessa tirania foi o falecido Jornal da Tarde, também dos Mesquita. A redação mandava o título/manchete e a diagramação que se virasse. Infelizmente, o JT faleceu muito cedo. Está na hora de ressuscitar a fórmula.

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Feijão mexicano

A Globo, mais precisamente a Globoplay, comprou um lote de novelas mexicanas. Parece que melhoraram, precisa ver. Nos anos 1960, eram chamadas de dramalhão mexicano. Seja como for, a Vênus Platinada aperta mais o cinto e meio que desiste de produção própria, afora o arroz com feijão.

Boca entaipada

Desde ontem 12 linhas de ônibus de Porto Alegre não têm mais cobrador de ônibus a bordo. O motorista vai ter que se desdobrar entre o dirigir, pegar dinheiro e dar troco, dar explicação para passageiros e fiscalizar os cartões Tri que passam pela roleta, sem falar no subir e descer de cadeirantes. Como dizia o povão, boca muito entaipada.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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