Um retrato dos anos 1960

7 jan • A Vida como ela foiNenhum comentário em Um retrato dos anos 1960

Imagem Postada por Nilton Molina no Grupo do FB: Fotos Antigas POA

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Essa é uma das garotas de Ipanema 1966. Não a do Rio de Janeiro, mas a da Zona Sul de Porto Alegre. Banhada pelo Guaíba (eu me recuso a chamá-lo de lago, imposição legal-burocrática), Ipanema fervilhava de gente nos domingos, especialmente. É preciso registrar que, até o final dos anos 196o, as famílias abonadas tinham casa de veraneio no bairro para escapar do calor. Ao natural, esse fato já aumentava a população.

O filtro solar mais comum era a marca Copertone, que expelia um fluido marrom que deixava a pele como se fosse bronzeada e manchava a roupa. Durava um banho ou dois, mas enganava quem gostava. Pergunto-me onde andará a garota da foto.

Do Centro de Porto Alegre até Ipanema só havia três ou quatro sinaleiras, dependendo do ponto de partida. Era tempo dos bar-chopes, do sanduíche aberto. A esquerda dividia-se entre a engajada de fato, a festiva, a de ocasião com  muitos marxistas de punhos de renda, classe alta que fazia revolução socialista dançando nas boates (caras), entre um uísque importado e outro, e assistindo filmes da novela vague francesa. Dizia-se que o filme era uma bosta, mas que o diretor era “genial”, modismo da época.

Já o proletariado bebia Samba, Coca com cachaça.

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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