Um país em órbita
Perpassando os recentes acontecimentos e declarações do nosso presidente e a companheirada do poder, que mora um andar abaixo da cobertura do Edifício Brasil, chego à conclusão que podemos até afundar mais adiante. Mas, por enquanto, estamos na órbita dos países em órbita, aqueles que cometem tantas sandices. Os lélé da cuca, como dizia Jô Soares no seu programa.
Vamos começar quando nosso querido presidente se dispôs a mediar a guerra entre Ucrânia e Rússia. Mas advertindo que a Ucrânia foi a culpada pela invasão.
Raciocínio semelhante deu meses depois ao se negar a definir o Hamas como grupo terrorista. Embora condenando o terrorismo. Como se ele não tivesse pai nem mãe.
Pesquisa Genial/Quest divulgou que 76% dos brasileiros acham que o Hamas é terrorista, sim senhores. Mas o povo, sabemos todos, é mero detalhe na opinião de outro personagem televisivo quando nossas redes ainda tinham programas de humor.
O humor de hoje ou algo parecido, é como uma nota de 100 dólares. Não se vê muito e quando aparece uma se desconfia. Também surgiu um decreto ou uma lei estranhíssima, que, em caso de empate no tribunal fazendário, o time da casa ganha. Imagina isso em um grenal.
Nos anos 1980, surgiu um grupo inglês com um humor nonsense que levou o mundo inteiro às gargalhadas, o Monty Python, cujos filmes se inserem entre os melhores de toda a história do cinema. Pois nem eles teriam se atrevido a tal despautério.
E como não vejo ninguém chiar, imagine que o Brasil esteja em uma órbita tão elevada que brados nem cheguem até a direção geral do hospício. Mas o foguete chamado Brasil já dava sinais quando Dilma R. era presidenta – sim, presidenta, ela dizia e não abro mão.
Imagina um cabo do Exército se chamar de caba. Os repentes que desfechou estão sendo analisados até hoje por um grupo de linguistas e doutores em Português, sem que se saiba se conseguiram a proeza. Então, estamos acostumados.