Tenham pena de mim

30 ago • NotasNenhum comentário em Tenham pena de mim

Vocês têm ideia do que é acompanhar eleições como eleitor desde 1961, e, como jornalista, desde 1968, lendo e ouvindo os mesmos temas dos candidatos, seja na majoritária, seja na proporcional, seja nas eleições municipais? Saúde, educação, segurança, cada um batendo nas mesmas teclas. Se fosse de piano, estariam tão gastas que os dedos bateriam no vazio.

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O papel aceita qualquer coisa e, com o surgimento da internet, o pixel também acolhe generosamente qualquer besteira ou palavra séria, bem-intencionada, mas inexequível. A maioria não explica de onde virá o dinheiro para as obras faraônicas que prometem. Pior, nem sabem de onde ele virá. Por isso, deem um desconto para esse pobre escriba e deem graças a Deus que ele ainda não teve um surto.

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Ouvir e ler não é nada. O ruim é ter que escrever sobre isso – eleição após eleição. Que, no Brasil, são de dois em dois anos. No meu caso, falo de 26, é mole? Não há de ser nada. Como dizia aquele cabra a quem deram queijo recheado de pimenta forte, é brabo mas é queijo.

Corrupção não tem vacina

Quando elegeram o palhaço Tiririca, as vestais pularam indignadas, como podia ser eleito um palhaço e coisa e tal. Foi mal. Tiriricas da vida não vieram de Marte, são daqui mesmo e o conjunto deles mais os sábios ou que assim se julgam nasceram no mesmo planeta e país.

Então não me venham de borzeguins ao leito. Sem falar que suas excelências de boa família e educação botam a mão no erário e se locupletam com propinas.

Corrupção não tem vacina, é doença que se dá em todos os segmentos sociais. E muitos que não meteram a mão foi por falta de oportunidade. E a maioria dos que são pegos lamentam que não tenham caído na tentação, mas lamentam que foram pegos com a boca na botija.

Palavras que consolavam 

Nos anos 1960, o cartunista Péricles publicou na revista O Cruzeiro um cartum da série Palavras que Consolam, e uma edição aparece um ciclista mais pobre que rato de igreja e magérrimo ao lado de um Cadillac conversível com um gordinho na direção rodeado de belas mulheres. O ciclista diz “pelo menos não crio barriga”.

Hoje é o contrário. A quantidade de obesos no povão cresceu exponencialmente enquanto os que têm condições comem alimentos saudáveis e fazem academia. É só observar os passageiros nos ônibus e na rua. E dois obesos não conseguem sentar lado a lado nos coletivos. A continuar desse jeito, vão ter que alargar os assentos e alargar os ônibus também.

Não estou debochando dos obesos, pelo amor de Deus. Sabemos que é uma pandemia que grassa em países como os Estados Unidos e menos na Europa. O que chama a atenção é a quantidade de adolescentes mulheres e crianças nesta condição. No meu juízo, é a fastfood derivada das mães que precisam trabalhar fora e, na pressa e falta de dinheiro, dão às crianças esse tipo de comida, que não nutre, mas engorda.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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