Sobre chocolates frios e quentes
Um certo mister Hershey inventou uma forma de baratear o custo do chocolate que produzia adicionando leite, então temos até hoje o chocolate com leite. Uma pequena roubadinha de cacau, por assim dizer. Mas que custa como se o tivesse na sua fórmula.
Décadas depois, uma empresa suíça chamada Nestlé, que não planta um só pé de cacau, se tornou bilionária vendendo todo tipo de chocolate, inclusive um que é feito da sua gordura do cacau, o branco, sem propriedades positivas para quem o come.
Mais adiante, criou um que é poroso, o Suflair, chocolate com ar, mas que custa como um sem ar. É o milagre da multiplicação do cacau sem cacau.
Assim como a massa é uma só mas pode ser vendida sob diversas formas – spaghetti, conchinha, talharim etc – também existe outra fórmula para usar a mesma barra de chocolate, digamos, da Garoto, sob diversas apresentações: o caseiro. Alguns colocam penduricalhos como nozes, amendoim, licor, falsas trufas e um sem-número de grãos ou outras guloseimas e voilà!, temos um produto comestível de menor ou melhor qualidade.
Para não dizer que a indústria seja insensível aos reclamos do sabor com saúde, criaram o modo amargo, meio amargo, um pouco amargo com menos ou mais cacau. Pronto, eles já podem ir para o céu. Venderam saúde.
Conselhos do Tio Fernando
Recebo centenas de e-mails e WhatsApp por dia, vocês sabem. E a grande maioria chega com tantos defeitos que parece carro fabricado em Gaza e montado com peças do front da guerra da Ucrânia na Rússia, em fundo de quintal com ferramentas de madeira.
Para começar, confundem quantidade de texto com qualidade, principalmente vindo de órgãos públicos. E mandam dúzias deles por semana e até por dia. O que é um pecado mortal porque começam a fazer parte da paisagem e ninguém os abre porque há certeza de monotonia.
Segundo erro monumental, enviam para várias editoriais ou colunistas. Resulta que não sai em nenhum.
Joguei a toalha
Depois da undécima experiência frustrante em achar um sanduíche Farroupilha honesto em lancherias chiques com poucas exceções, posso garantir que sanduba com recheio de pão e queijo de verdade, chego à conclusão que só em lancheiras humildes tipo volta do Mercado Público.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
