Seu Olavo tinha razão

12 jun • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Seu Olavo tinha razão

Criança! Não verás país como este, escreveu Olavo Bilac. Talvez ele fosse premonitório, até porque era chegado numa ironia e em fuzarca, como se lê num soneto que terminava com “obedeci”. Obedeceu ao combate de Eros com uma linda dama, explique-se. Os detalhes do poema é que contam. Mas isso é papo para depois do recreio, vamos continuar com esse Brasil que é uma fuzarca histórica.

Ilegal, mas legal

Leio que o ministro Gilmar Mendes disse que provas obtidas ilicitamente podem ser usadas licitamente, citando o caso do celular grampeado do Sérgio Moro, grampo feito por uma empresa que tem nome, sobrenome e cujo dono também é conhecido. Leio também que o STF está decidindo sobre se pode ser preso alguém condenado em segunda instância.

Free again

Permitam que eu faço uma correção nesta coisa de doido: no Brasil, você pode ser solto mesmo sendo condenado – não só em última instância como também nos 36 ou mais recursos judiciais disponíveis. O que nos torna um país que pode ser definido pelo título de um livro de Erasmo de Rotterdam: elogio à loucura.

Seu Afonso não tinha razão

Também me valho do título de um poema de Afonso Celso, porque me ufano do meu país. Permitam-me desacompanhar o poeta: eu não me ufano e tenho certeza que não estou sozinho.

Os impagáveis

No rio fundo de loucura em que se transformou o Brasil – na realidade, nada de novo, nasceu assim – navego com minha piroga e me deparo com um projeto que avança no Senado da República, que obriga o governo a pagar dívidas das pequenas e microempresas. Cáspite! diriam Bilac e Celso, mas precisa uma lei para que o governo pague seus compromissos? São impagáveis, esses senhores de Brasília.

Mare nostrum

Vou procurar um senador de respeito para sugerir que ele entre com outro projeto, um que obrigue o governo a pagar também as dívidas das grandes empresas. Aliás, o projeto correto seria obrigar o governo a pagar todas as suas dívidas. Que mar de mediocridade esse em que navegam nossos senadores e deputados. Nossa mãe!

A burrice como benção

Infelizmente não nasci burro. E sei ler e escrever. Não tivesse essas aptidões, meus pobres neurônios seriam poupados de tanta besteira que sempre assolou este país, ouviu Stanislaw Ponte Preta? Não foi só nos anos 1960 não, foi muito antes. Desconfio que os índios deram a Pedro Álvares Cabral e seus marinheiros algo como a raiz do Santo Daime, em grau de entortar de vez o cristão que o ingerir. Só pode.

Jogo heroico

Mas que timaço essa seleção de Honduras, não? Caiu de pé ante a gloriosa Seleção Tite, que nos redimiu de verde e amarelo ao golear esse espetacular time de futebol.

Palestras

Acontece hoje o III Ciclo de Palestras de Direito Tributário – Liquidação de Crédito Judicial Tributário e o Caso da Exclusão de ICMS da Base de Cálculo do PIS e da COFINS, com a advogada Paola Masi Celiberte – Sala de aula do IARGS 5° andar.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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