Seu Engels, o meteorologista

30 jun • NotasNenhum comentário em Seu Engels, o meteorologista

Um dos três da santíssima trindade comunista, Friedrich Engels, escreveu “nada ocorre na natureza em forma isolada”. Cada fenômeno afeta a outro, e é, por seu turno, influenciado por este”.

Perceberam o brilhantismo do alemão? Inventou o conceito moderno de meteorologia. Ou, como eles dizem, quando uma borboleta bate as asas em Nova Iorque muda o clima de Paris.

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Comprido e chato

Nos idos de 1970, dizia-se que a obra de Marx era como nosso Hino Nacional, comprido e chato. Ainda acho que, se dessem a tarefa de transformar a obra-prima marxista em novela, a Globo encararia.

Claro que com Juliana Paes, no papel da mulher de Marx. Quanto às passagens técnicas incompreensíveis do livro, os roteiristas podiam fazer como faz a Mesa da Câmara dos Deputados: ante a premência do tempo, o presidente da Casa declara “dou o discurso como lido”.

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TORTURA

Só eu ouvi pelo menos uma dúzia de discursos não lidos mas devidamente arquivados nos anais da Câmara. E olha que só fui a Brasília umas sete ou oito vezes e já fiquei chateado com essa fala.

Imagino que um assessor parlamentar fique traumatizado com tanto discurso arquivado. Mas tudo tem um lado bom: já pensou em ouvir discursos de suas excelências de ponta a ponta?

Como fazer bem feito

Tenho notado o seguinte nos eventos ou reuniões-almoço de entidades empresariais: gente do interior não sabe falar, mas sabe ganhar dinheiro. Gente da Capital sabe falar, mas não sabe ganhar dinheiro.

Enquanto seu lobo não vem

O recenseamento mostrou que o que eu digo há anos está se tornando moda, o trocar a cidade grande pelo interior. O estresse urbano é tão asfixiante que há quem não o suporte e largue tudo para sair correndo em busca de um cantinho de sossego e paz. Mesmo ganhando pouco ou menos do que no emprego atual.

Casais jovens e casais maduros estão fazendo essa opção. Os aposentados preferem viver nas cidades do Litoral, que enchem cada vez mais de prédios e pessoas com a mesma ideia.

Na Europa, já comentei aqui, casais jovens largando empregos promissores nas cidades em troca de vida sustentável e calma já é uma realidade há mais tempo. A França, me parece, foi pioneira no troca-troca.

Com dois ou três hectares, a maioria se dedica à agricultura orgânica, com ou sem estufa. O bonito é que o mercado de produtos orgânicos por lá é muito grande, e crescendo.

A casinha no campo

Sempre recordo a música de Zé Rodrix cantada por Elis Regina

“Eu quero
Uma casinha no campo
Com meus discos e livros
E nada mais.”

Bem no comecinho de 1970, Rodrix chegou a morar em Porto Alegre e trabalhou  no jornal Zero Hora, que ainda era de Ary de Carvalho. A ZH não circulava nos domingos, e Ary pediu para fazerem um piloto. Só que a turma de bicho-grilo exagerou na dose e ficou uma mistureba que não era a dos sonhos do Ary, um grande jornalista.

O tempo das cigarras

Quando recordo daqueles tempos, vejo como éramos despreocupados com relação ao futuro, essa coisa de ter emprego sólido… Nem pensar em formar uma família clássica cheia de filhos, marido saindo às 8h da manhã, voltando para almoçar ao meio-dia, para, depois, voltar ao basquete até o fim do horário comercial. O jornalismo era – e ainda é – bom devido a esse descompromisso com horários rígidos.

Se bem que…

O avanço das tecnologias de comunicação tornou o jornalista refém.  Quanto mais elas se incorporam na profissão, mais ele trabalha. Quem trabalha de casa o faz pelo menos 12 a 14 horas por dia.

Nas redações físicas, é até pior. Como pode alguém estar na frente de quatro telas, vídeos e áudios e dar o recado de forma eficaz? Tem os que conseguem, mas nem por isso ganham o que mereciam ganhar.

É isso ou cai de banda. Crê ou morre.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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